segunda-feira, 7 de maio de 2012

Carta à Igreja de Sardes

Carta à Igreja de Sardes



A história da igreja localizada na cidade de Sardes tem muito haver com a própria história da cidade
Vamos ver que as duas histórias são extremamente iguais.
A cidade antiga de Sardes, hoje apenas ruínas perto da atual vila de Sarte na Turquia, considerava-se impenetrável.
Era uma cidade próspera, em parte devido ao ouro encontrado no Pactolos, um ribeiro que passava pela cidade.
Pela produção de ouro, prata, pedras preciosas, lã, tecido, etc., se tornou próspera.
Em 546 a.C., o rei lídio, Croeso, foi derrotado pelos persas (sob Ciro o Grande). Soldados persas observaram um soldado de Sardes descer os rochedos e, depois, subiram pelo mesmo caminho para tomar a cidade de surpresa durante a noite.
Assim, a cidade inexpugnável caiu quando o inimigo chegou como ladrão na noite.
Em 334 a.C., a cidade se rendeu a Alexandre o Grande. Em 214 a.C. caiu outra vez a Antíoco o Grande, o líder selêucido da Síria
Durante o período romano, pertencia à província da Ásia, mas nunca mais recuperou o seu prestígio. Era uma cidade com um passado glorioso e um presente de pouca importância em termos políticos e comerciais.
Enfim, a cidade de Sardes, tinha pompa, tinha aparência mas não tinha mais conteúdo.
Agora vamos ler sobre a Igreja de Cristo em Sardes.

Apocalipse 3: 1 a 6

No verso 01, o próprio Jesus Cristo esta alertando a cidade que ela estava viva por fora, tinha o nome de vida, mas por dentro estava morta.
Uma igreja, que como a cidade, estava vivendo apenas de aparência bonita, que chamava a atenção, mas seu interior estava morto, podre, sem valor e sem conteúdo.
Antes de fazer uma aplicação para nossas vidas, faço um paralelo com o texto de Mateus 21:19 – Vamos ler o multimídia.
Jesus estava com fome e viu uma figueira pelo caminho;
Para Jesus ter parado e ido até a figueira, com certeza essa era frondosa, linda, chamava a atenção.
Mas quando Ele chegou perto e começou a mexer em suas folhas, percebeu que se tratava apenas de aparência. Que não tinha conteúdo.
Imediatamente Ele amaldiçoa a figueira que seca até as suas folhas, e nunca mais deu fruto algum.
Trazendo uma aplicação para nossas vidas, aprendemos que Jesus, o nosso Mestre, não suporta cristãos de aparência.
Em outras palavras, ser cristãos para Jesus não é colocar uma roupa bonita, pegar a Bíblia e vir à igreja em todas as atividades.
Isso a população do mundo todo faz em suas igrejas e seitas Ser cristão para Jesus, é viver dando frutos em todo o tempo e em todo lugar.
Quando Jesus amaldiçoa a figueira, aparentemente estava sendo injusto, porque não era tempo de dar frutos, mas o objetivo de Jesus era ensinar os Seus seguidores que Ele não aceita aparência.
Jesus em todo o Seu ministério criticou o farisaísmo, a hipocrisia, a aparência.
Vamos ler outras palavras de Jesus. Mateus 6:5 – Multimídia.
Jesus combatendo o farisaísmo e a aparência.
O que mata um cristão e o desanima na fé, não são as investidas de satanás e os problemas da vida (porque bem sabemos que essas coisas vão acontecer), mas é uma vida de aparência, sem conteúdo.
Quando satanás nos ataca ou quando os problemas vêm, se não temos conteúdo somos tragados, ficamos desanimamos, balançamos e caímos.
Aparência cristã, não quer dizer saúde espiritual. Roupa alinhada ou bonita, não quer dizer santidade.
Muitos cristãos estão como a cidade e a igreja de Sardes, aparência de vivos, mas estão mortos.

No verso 2 lemos – Não achei as suas obras perfeitas diante de Deus.
Um cristão que vive de aparência, acha que está sendo o melhor cristão do mundo.
Acha que Deus sem ele, jamais poderia realizar a Sua obra aqui na terra.
Acha que se sair da igreja ela morre ou acaba.
Esses se acham os perfeitos, não erram, não pecam, são os melhores e saem julgando os outros
Gosto muito das palavras de Jesus, o nosso Mestre. Vamos ler Mateus 7:1 a 5. multimídia.
Jesus está dando um tapa com luva de pelica, na cara dos fariseus da época e de muitos de nós fariseus também.
Em outras palavras Jesus está te perguntando:
Quem você acha que é para julgar seu irmão, seja julgar a sua salvação, seja julgar as suas atitudes ou seja julgar o seu falar?
Jesus não te chamou para ser juiz, porque um miserável pecador não pode julgar outro ser igual a ele.
Deus te chamou para ajudar o seu próximo, não para condena-lo
Todos nós temos o ministério dado por Deus para abençoarmos vidas, por isso não podemos julgar ninguém, pois jamais vamos ajudar alguém que condenamos.
E além do mais, será que Deus acha que a sua obra é perfeita diante de dEle?
Deus quando te vê trabalhando em Sua obra, Ele não olha para os seus feitos, mas olha para o seu coração.
Ele quer saber qual a motivação sua para realizar tal coisa.
Por isso, antes de julgar seu semelhante, lembre das palavras do nosso Mestre Jesus:
Estou de olho nas suas obras para saber se elas são perfeitas.
E eu te julgarei da mesma forma que você julgar seu semelhante

No verso 3, aprendemos outra lição: virei a ti como ladrão.
O mesmo que aconteceu a cidade de Sardes estava para acontecer com os cristãos de Sardes.
Jesus está alertando, os cristãos a se posicionarem a respeito desse assunto.
Se eles quisessem viver de aparência, podiam, se quisessem julgar os outros também podiam, se quisessem achar que suas obras eram perfeitas diante de Deus mesmo não sendo podiam, mas Jesus disse, virei a ti como ladrão.
Em outras palavras Jesus está dizendo, quando você mesmo esperar, eu te chamarei para prestar conta comigo.
O texto de Gálatas 6:7, nos leva a uma reflexão. Multimídia.
Vamos colher o que plantarmos. Infelizmente, existem muitos cristãos que são medíocres demais.
Ao invés de gastar seu tempo orando pelos outros, levando uma palavra de Deus ao seu próximo, se colocando a disposição para abençoar seu semelhante, ocupa seu tempo julgando e fofocando de todo mundo.
Mas o que esse medíocre se esquece é da lei da semeadura, que diz que ele vai colher o que plantou.
Se ele plantar atitudes de bênçãos na vida do próximo colherá galardão. Mas se ele plantar julgamento colherá juízo de Deus.
Gálatas 6:8 – Multimídia. O que semeia na carne, colherá a corrupção, problemas, desavenças, inimizade e mediocridade, mas o que semeia no Espírito, colhera a vida abundante aqui na terra e eterna Deus sempre te dará a oportunidade de fazer suas escolhas. Ele sempre te mostrara o caminho a seguir mas não te forçará a seguir.
Todos os dias diante de nós, teremos pessoas que vivem diferente de nós, que tem valores diferentes, jeitos diferentes, palavras diferentes. Cabe a nós tomarmos a atitude, de fazer uma escolha, de julga-los ou de abençoa-los.
Lembrando que essa escolha será refletida diretamente na nossa colheita. Colheremos bênçãos e galardões ou colheremos juízo.

Conclusão:

Termino essa reflexão lendo o verso 4: Existem em Sardes algumas pessoas que não se contaminaram e com Jesus andarão de branco.
Todos os dias, teremos a oportunidade de se contaminar com a mediocridade das pessoas que julgam e fazem fofoca.
Teremos que fazer escolhas diárias: se contaminar ou permanecer com as vestes brancas.
Lembrando que não será fácil, porque o mundo todo está contaminado, ele te forçará a caminhar na contra mão das vestes brancas. Será uma escolha difícil de fazer.
Mas há uma forma de ter a vitória, e de não se contaminar,
Vivendo um cristianismo não de aparência, mas de frutos e de obras, vivendo como viveu o nosso Mestre, para abençoar as vidas ao seu redor, sem julgamento ou acepção.
Buscando a cada dia, ser um cristão de conteúdo da Palavra de Deus e de oração, e não apenas de roupagem.

Autor: Rui Alexandre, Graduado em Teologia no ano de 2005 pelo Instituto Batista Missionário.


Em Cristo.

Sardes - A Igreja Morta

A IGREJA DE SARDES - A IGREJA MORTA (1520 d.C. - Tribulação)
Apocalipse 3:1-6

  1. Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
  2. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
  3. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
  4. Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
  5. O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
  6. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Os registros históricos não nos fala muito sobre a cidade de Sardes. O que se sabe com certeza, é que Sardes era a capital da província de Lídia e era uma cidade muito rica e importante da Ásia menor. A indústria de tapetes era a principal atividade econômica exercida pela cidade, até ser finalmente destruída por um terremoto. Ao que parece, a igreja local tinha um certo renome em certas áreas de Sardes, mas na realidade a igreja estava morta. Um fato trágico! A vida do cristão deve ser exatamente marcada pelo que Jesus disse em João 10:10:

"...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância."

Perfil da Igreja de Sardes

Alguns poucos crentes desta igreja eram realmente vivos e não contaminaram suas vestes. A palavra "Sardes" quer dizer os que escapam ou os que saem. Ao relacionarmos esse nome com a condenação de Cristo a essa igreja, o resultado será uma descrição perfeita das igrejas da época da Reforma.

Por isso, a igreja de Sardes representa também o período histórico da Reforma Protestante, que ocorreu em 1520 d.C. A Reforma Protestante ocorreu como resultado da contínua prática da igreja de Roma nas doutrinas pagãs em vez da permanência nas Escrituras.

O ponto principal de protesto à Roma era justamente o que Martin Lutero citava em Romanos 1:17, que diz que "o justo viverá pela fé". Em 31 de outubro de 1517, Martin Lutero publicou 95 teses provando que a doutrina da igreja de Roma estava totalmente equivocada e pagã à luz da Bíblia. 

As igrejas da Reforma passaram a não mais praticar a salvação pelas obras (o que Roma impunha até então) para declararem que a salvação, na realidade, vem pela fé. Até aí, o movimento Protestante foi realmente benéfico e Satanás recebeu um contra-ataque aos seus planos de manter a igreja contaminada sob o seu controle.

Porém, o grande problema depois da Reforma foi outro contra-golpe de Satanás, que novamente usou da estratégia da contaminação para anular qualquer ameaça de avivamento na época.

Em primeiro lugar, as próprias igrejas da Reforma acabaram se convertendo em igrejas do Estado. Lutero, depois de ser tremendamente usado por Deus para iniciar o processo de reavivamento da igreja, usou de uma estratégia errada e buscou aprovação de líderes políticos alemães e a igreja luterana se transformou em igreja estatal da Alemanha.

E, assim, outros líderes locais do movimento protestante de outros países copiaram a mesma estratégia, respectivamente. A tragédia dessa estratégia foi que, sendo estatal, automaticamente toda a população do país estava automaticamente inserida dentro da igreja, e anulava a necessidade da aceitação individual de Jesus Cristo para salvação. Mais um efeito colateral da estratégia foi que havia sempre a tendência de se satisfazer primeiro o governo do que a Deus.

Em segundo lugar, Satanás procurou paralisar o efeito real que a Reforma traria à igreja de Jesus Cristo no intuito de manter a contaminação impregnada, de uma maneira ou de outra. E teve um certo êxito. Muitos dos costumes pagãos de Roma acabaram permanecendo dentro das igrejas da Reforma, tais como batismo de crianças recém-nascidas, por exemplo.

Esses dois fatores fizeram com que o Espírito Santo de Deus continuasse sem espaço para agir, porque não se ministrava o Evangelho, nem um encontro pessoal com Jesus Cristo. Sem isso, uma igreja é literalmente morta.

É essa a razão pela qual Jesus afirmou que a igreja de Sardes estava morta em sua época.

Cabe uma observação importante aqui: Nem por isso devemos julgar Lutero, porque ele foi mesmo escolhido e usado por Deus para iniciar o ressurgimento da verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Assim como Lutero, até Davi errou ao longo de sua vida com Deus (assassinou, adulterou) mas nem por isso deixou de ser homem segundo o coração de Deus (Atos 13). Lutero era SIM homem segundo o coração de Deus. Prova disso é que Satanás, no fim das contas, não pôde impedir o ressurgimento e o avivamento da Igreja de Jesus Cristo ao longo da história até os dias de hoje.

"Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas..."
Jesus escolheu uma de suas características mais interessantes para se revelar à igreja de Sardes. Foi a mesma natureza divina que revelou a João em Apocalipse 1.

Os sete Espíritos aqui citados não são "sete Espíritos Santos", mas sim, uma referência às sete obras do Espírito Santo de Deus, conforme está em Isaías 11:2:

"Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor."

As sete estrelas são as mesmas de Apocalipse 1:20, quando o Senhor revela a João que as sete estrelas são os sete anjos das sete igrejas. Aqui, alguns estudiosos crêem que os anjos representem os líderes das igrejas, e outros crêem que os anjos são realmente seres angelicais sobrenaturais.

Em outras palavras, essa forma de Jesus se apresentar à igreja de Sardes tem o objetivo de justamente adverti-la de que essa igreja confiava mais no Estado do que no Espírito de Deus.


Em Cristo.