Lição 1 - No mundo tereis aflições
1º de Julho de 2012
TEXTO ÁUREO
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). – Mesmo em meio à perseguição há uma
paz alegre na certeza da vitória em Cristo
(Is 9.6; Rm5.1; Ef 2.14; 2Tm 3.12; Rm 8.37; 1Jo
4.4).
VERDADE PRÁTICA
Mesmo sofrendo as consequências da queda,
sabemos que Deus está no controle de todas as coisas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 16.20,21,25-33.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever as aflições do tempo presente;
·
Responder “por que o crente sofre?”; e
·
Conscientizar-se de que podemos crescer e
desfrutar da paz do Senhor no sofrimento.
Palavra Chave
Mundo: [gr. kosmos, ordem, beleza; do lat. mundus,
puro] É a terra e o conjunto de todas as coisas criadas por Deus.
COMENTÁRIO
introdução
Prezados amigos do
Blog Auxílio ao Mestre, pela imensa graça do Soberano Deus, damos início ao
terceiro trimestre de 2012 com o tema “Vencendo as aflições da vida —
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”,
escrita pelo Pr. Eliezer de Lira e Silva, membro do ministério da IEAD em
Curitiba, Comentarista das revistas de Escola Dominical - Lições Bíblicas da
CPAD, Bacharel em Teologia, fundador e diretor do Projeto Missionário “Ide e
Ensinai” em Moçambique, conferencista na área de liderança ministerial e com
casais.
Não são poucas as
afirmações equivocadas de que “o crente não sofre neste mundo”. Porém, o Pr
Eliezer discorre na presente lição exatamente o contrário daquilo que estão
alardeando em nossos púlpitos. A vida que Jesus prometeu aos crentes não é uma vida somente de
prazeres, mas Ele avisou que teríamos tribulações (Jo 16.33). A Bíblia mostra
que, ao contrário daquilo que muitos andam pregando, exatamente por sermos
crentes, enfrentaremos aflições (2Tm 3.12; Mt 10.22; Jo 15.20; At 14.22).
Estamos sujeitos aos acontecimentos de ordem natural, econômica e física no mundo que
habitamos, os quais não se abatem apenas sobre os ímpios, mas também se
sobrepõem aos crentes fiéis. Boa aula!
I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE
1. De ordem natural. Presenciamos uma desordem nunca antes vista na
natureza. Apesar dos falsos alarmes, não podemos ignorar a devastação provocada
pela ação irresponsável do homem. As dores de parto estão se amiudando, ficando
mais intensas, mais fortes, mais preocupantes. A Bíblia diz que a criação geme
e está com “dores de parto” pelo que o ser humano tem-lhe feito (Rm 8.22). A
violência explode em todo o mundo. Violência no trânsito; violência sexual;
violência contra a vida; contra a mulher; contra crianças. Milhões de homens,
mulheres e crianças obrigados a um exílio forçado pelas circunstâncias, em
várias partes do mundo. Tribos em guerra fratricida. Milhares fugindo de
ditaduras, de perseguições. Fugindo dos próprios compatriotas, da terra natal,
de suas origens. Fugindo sem destino certo, sem rumo. Nas maiores cidades do
Brasil as autoridades se declaram incompetentes diante das atrocidades de
gangues. São problemas de ordem natural que sobrecaem não apenas aos infiéis.
3. De ordem física. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde,
doenças como câncer, hepatite, hipertensão arterial, depressão e obesidade são
consideradas as pragas do século XXI. Essa informação traz-nos algumas
indagações: Será que o crente fiel não é vítima de câncer? Ou não desenvolve a
depressão e não sofre de hipertensão arterial? Não precisamos de muito esforço
para reconhecer que as enfermidades também atingem os salvos e são consequência
da queda (Rm 6.23). Mesmo cientes de que as doenças acometem igualmente o servo
de Deus, é impossível ignorar que há enfermidades de natureza espiritual e
oriundas de práticas pecaminosas (Mt 9.32,33; Jo 5.14,15). Como uma decorrência
da queda de Adão e Eva. Embora a Bíblia não discuta claramente a origem do mal,
Ela declara a estreita relação entre a queda da humanidade e o advento do
sofrimento. Pelo pecado entrou a morte e o sofrimento no mundo (Gn 3.16-19; Rm
5.12). Entretanto, todo sofrimento não nos é causado por estarmos em pecado (Sl
34.19; Pv 11.31; Sl 73.13-15; 44.17-18,20-22), mas por permissão divina, para
cumprir Seus propósitos
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As aflições do tempo presente são
representadas pelas crises de ordem natural, econômica e física. Malefícios que
acometem igualmente o servo de Deus.
II. POR QUE O
CRENTE SOFRE
1. A queda. O sofrimento é algo comum a todos os homens, sejam
ímpios sejam justos. Uma razão para a existência do mal é a queda humana.
Deus fez um mundo perfeito (Gn 1.31), mas a transgressão de Adão trouxe a
tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12). Por isso, todos estão
igualmente sujeitos ao sofrimento (Rm 2.12; 8.22). O crente experimenta
sofrimento como uma decorrência da queda de Adão e Eva. Quando o pecado entrou
no mundo, entrou também a dor, a tristeza, o conflito e, finalmente, a morte
sobre o ser humano (Gn 3.16-19). A Bíblia afirma o seguinte: “Pelo que, como
por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a
morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
Realmente, a totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado, e anseia por
um novo céu e nova terra (Rm 8.20-23; 2Pe 3.10-13). É nosso dever sempre
recorrermos à graça, fortaleza e consolo divinos (cf. 1Co 10.13).
2. A degeneração humana. Com a queda no Éden, o homem sofreu um processo de
degeneração moral, social e espiritual. Tal degradação, observada na vida de
Caim (Gn 4.8-16), Lameque (Gn 4.23,24) e de toda aquela geração, levou Deus a
destruir o mundo pelo dilúvio (Gn 6.1-7.24). O relato bíblico mostra claramente
a corrupção humana e o aparecimento do ódio, da violência, das guerras e de
todos os atos que contrariam a vontade divina. Não é exatamente essa a situação
da sociedade atual? A humanidade acha-se em franca rebelião contra Deus (Rm
3.23). Certos crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes sofrem, isto é,
conseqüência de seus próprios atos. A lei bíblica “Tudo o que o homem
semear, isso também ceifará” (Gl 6.7) aplica-se a todos de modo geral. Se
guiarmos com imprudência o nosso automóvel, poderemos sofrer graves danos. Se
não formos comedidos em nossos hábitos alimentares, certamente vamos ter graves
problemas de saúde. É nosso dever sempre proceder com sabedoria e de acordo com
a Palavra de Deus e evitar tudo o que nos privaria do cuidado providente de
Deus.
3. O novo nascimento e o sofrimento. A experiência pessoal e genuína do novo nascimento
gera no crente uma natureza oposta a da queda (1 Jo 5.1,19). Entretanto, apesar
de ter nascido de novo, o crente em Jesus não deixa de experimentar o
sofrimento, pois, como disse Agostinho de Hipona: “A permanência da
concupiscência em nós é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele,
lutando contra o pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical
com o pecado que damos a Deus a prova real do nosso amor”. Assim,
experimentamos o sofrimento porque habitamos um corpo que ainda não foi
transformado, mas que espera a sua plena glorificação (1 Co 15.35-58). O crente
também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar num mundo pecaminoso e
corrompido. Por toda parte ao nosso redor estão os efeitos do pecado. Sentimos
aflição e angústia ao vermos o domínio da iniquidade sobre tantas vidas (Ez
9.4; At 17.16; 2Pe 2.8). É nosso dever orar a Deus para que Ele suplante
vitoriosamente o poder do pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A Queda e a degeneração humana são as
chaves para se compreender a realidade do sofrimento.
III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES
1. A soberania divina na vida do crente. A soberania divina na existência do crente
garante-lhe que os olhos de Deus sondem-lhe a vida por inteiro. Somos em suas
mãos o que o vaso é nas mãos do oleiro (Jr 18.4). Por isso, você pode falar
como o salmista: “Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois
consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias” (Sl 31.7).
Querido irmão, querida irmã, não se desespere! O Senhor, Criador dos céus e da
terra, cuida inteiramente de você e dos seus, porque “a terra é do
Senhor e toda a sua plenitude” (1 Co 10.26). Deus pode usar o sofrimento
como catalizador para o nosso crescimento ou melhoramento espiritual. (a)
Freqüentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo
desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação espiritual (ver o
livro de Juízes). É nosso dever confessar nossos pecados conhecidos e examinar
nossa vida para ver se há alguma coisa que desagrada o Espírito Santo. (b)
Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se
permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos são “a
prova da vossa fé” (Tg 1.3; ver 1.2 nota); elas são um meio de aperfeiçoamento
da nossa fé em Cristo (ver Dt 8.3 nota; 1Pe 1.7 nota). É nosso dever reconhecer
que uma fé autêntica resultará em “louvor, e honra, e glória na revelação de
Jesus Cristo” (1Pe 1.7). (c) Deus emprega o sofrimento, não somente para
fortalecer a nossa fé, mas também para nos ajudar no desenvolvimento do caráter
cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que
aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento (Rm 5.3-5; Tg 1.3). No
sofrimento, aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua
graça (ver Rm 5.3 nota; 2Co 12.9 nota). É nosso dever estar afinados com aquilo
que Deus quer que aprendamos através do sofrimento. (d) Deus também pode
permitir que soframos dor e aflição para que possamos melhor consolar e animar
outros que estão a sofrer (ver 2Co 1.4 nota). É nosso dever usar nossa
experiência advinda do sofrimento para encorajar e fortalecer outros crentes.
2. Tudo coopera para o bem. A vontade de Deus para as nossas vidas é boa,
perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos Hebreus reconhece que o Senhor,
muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o
“fruto pacífico de justiça” (Hb 12.3-11). No exercício desse processo,
crescemos como pessoas e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da
vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que “todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto” (Rm 8.28). Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo, o
sofrimento dos justos para propagar o seu reino e seu plano redentor. Por
exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos
egípcios faziam parte do plano de Deus “para conservar vossa sucessão na terra
e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gn 45.7). O principal
exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, “o Santo e o Justo” (At 3.14), que
experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação
fosse plenamente cumprido. Isso não exime da iniqüidade aqueles que o
crucificaram (At 2.23), mas indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos
justos pelos pecadores, para seus próprios propósitos e sua própria glória.
3. Desfrutando a paz do Senhor. Olhar para o sofrimento e a aflição humana e,
paradoxalmente, desfrutar da paz de Cristo, parece-nos loucura! Mas não o é
quando entendemos que Deus age segundo o conselho da sua vontade, visando
sempre o bem e o crescimento dos seus filhos. O deserto da vida não é
percorrido sob a ilusão mágica da “sombra e água fresca”, mas com os pés firmes
na realidade desértica do sol escaldante (Rm 5.1-5; Fp 4.7). Nesse interregno,
porém, desfrutamos a bondade, a misericórdia e a proteção do Criador dos céus e
da terra. Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz que
excede todo o entendimento e cantar em alto e bom som o coro do hino 178 da
Harpa Cristã: “Paz, paz/ gloriosa paz/ Paz, paz/ perfeita paz/ desde que Cristo
minh'alma salvou/ tenho doce paz!”. O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus
acompanha o nosso sofrer. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode
afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus. Deus promete na sua
Palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1Co
10.13). Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os
sofrimentos e perseguições daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos
(ver Rm 8.28 nota). José verificou esta verdade na sua própria vida de
sofrimento (cf. Gn 50.20), e o autor de Hebreus demonstra como Deus usa os
tempos de apertos da nossa vida para nosso próprio crescimento e benefício (ver
Hb 12.5). Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que
andará conosco “pelo vale da sombra da morte” (Sl 23.4; cf. Is 43.2).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O crente em Jesus pode crescer na
graça e desfrutar a paz de Deus em meio ao sofrimento. O Senhor é soberano e
tudo coopera para o bem daqueles que O amam.
CONCLUSÃO
Neste mundo, estamos sujeitos às aflições e
sofrimentos de qualquer espécie. A vida cristã envolve períodos difíceis e
trabalhosos. No entanto, se a nossa expectativa estiver na soberania de Deus e
no seu bem, desfrutaremos, mesmo que andemos em aflição, da mais perfeita e
sublime paz de Cristo. Que ao longo desse trimestre, o Todo-Poderoso
ilumine-lhe a mente e o coração para deleitar-se em sua eterna e maravilhosa
graça. Cruzando o deserto do sofrimento, devemos examinar qual é a razão dese
sofrimento e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Creia que Deus se
importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas
circunstâncias (Rm 8.36; 2Co 1.8-10; Tg 5.11; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve
nos levar a concluir que Deus não nos ama. Deus dará a graça necessária para
suportar a aflição até chegar o livramento (1Co 10.13; 2Co 12.7-10)

Um comentário:
achei otimo o tema deste trimestre, muitos crentes acham que por serem servos do Deus altissimo não devem passar por aflições, e agora ficara esclarecido tudo a esse respeito .........bom trimestre a todos!
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