sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Oração Modelo


Queridos leitores,

No plano original de Deus para Sua criação, não existia a morte, as aflições, as tentações nem perseguições. O homem teria livre acesso a Deus. A Comunhão com o criador atingia seu grau máximo. A intimidade com o Pai era tanta que Ele permitiu até que o homem desse nome a toda a criação. Diariamente, o Espírito de Deus descia ao encontro do homem e juntos passeavam nos Jardins do Éden.

Coloquemo-nos, pela Fé, como expectadores e em um exercício de imaginação, vamos tentar visualizar essa cena:
"Muitas árvores (de todos os tipos e tamanhos), o cântico dos pássaros como fundo musical àquele passeio, o colorido das flores dando o brilho encantador daquele ambiente e seu cheiro dando o aroma natural, muitos animais correndo entre aquelas veredas abertas como se fossem estradas preparadas exclusivamente para aquele passeio diário. A brisa das cachoeiras a humidificar todo aquele jardim e no meio dessa cena, encontrava-se o homem passeando juntamente com Deus, o Criador e o Todo Poderoso".

Esse queridos era o plano original de Deus para os homens. No entanto, o homem transgride um mandamento de Deus e o pecado entra de forma arrasadora na vida humana e degenera a natureza do homem, que ora era divina e agora passa à natureza pecaminosa. Nesse contexto a comunhão plena do homem com Deus é quebrada, o homem começa a se distanciar do seu criador. Entra em ação o plano B de Deus.

Mesmo o homem sendo agora de natureza contrária a Deus, o homem não deixa de ser a criação sublime de Deus (e o que é melhor, Ele sabe disso). Assim, no novo plano para a Criação, Deus coloca uma oportunidade do homem voltar a ter uma comunhão com Ele. Essa ponte entre Deus e o homem é chamada de ORAÇÃO e para que essa ponte seja eficiente e segura, o próprio Criador nos ensina como fazê-la. Para termos sucesso e alcançar rapidamente essa comunhão com o Pai, devemos ter em mente alguns detalhes.

Jesus ensinou aos discípulos uma oração que serviria como exemplo e não como reza:

"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino, o poder, e a glória, para sempre, Amém" (Mt.6.9-13).

Disse o Mestre: "Portanto, vós orareis assim..." - Ele estava certo de que os discípulos fariam orações. Havia uma expectativa em sua fala. Com isso entendemos que a oração é importante e necessária como ato que demonstra nossa dependência de Deus. Se o próprio Jesus orava, quanto mais nós devemos fazê-lo.

Ao dizer "vós orareis assim", Jesus ensinou uma oração que ele mesmo não faria na íntegra, pois nunca precisaria pedir perdão por suas próprias ofensas.

Ao dizer, "vós orareis assim", Jesus estava estabelecendo um contraste entre a oração dos discípulos e a oração dos fariseus mencionada desde o início daquele capítulo. A prece dos religiosos estava focalizada na forma e na circunstância, enquanto a que o Mestre ensinou se destaca pelo conteúdo.

A primeira palavra da oração invoca Deus como "Pai". Está implícito o vínculo entre aquele que ora e o Senhor. Antes da oração, deve existir um relacionamento, um compromisso.

Ao dizer, "Pai nosso que estás nos céus...", Jesus estabeleceu a direção da nossa oração: ao pai celestial. Não devemos orar a nenhum outro deus, santo, guia, espírito ou ídolo. Ele não disse: "Vós orareis à minha mãe, que falará comigo e então eu levarei vossos pedidos a Deus". Não! Ele deixou claro que temos acesso direto ao Pai através do caminho aberto pelo Filho.

Se alguém deseja falar com um rei ou presidente, poderá encontrar tantos seguranças e assessores no caminho, que talvez nem consiga chegar perante a autoridade. Entretanto, um filho do rei entra na sala do trono, sem impedimento algum. Assim nós, filhos de Deus, podemos falar diretamente com ele, sem intermediários. Quando dizemos "Pai nosso", estamos certos de que seremos recebidos com amor em sua presença.

"Pai nosso que estás nos céus..." - Embora saibamos que Deus está em todos os lugares, é importante sabermos que ele está acima de nós. A frase elimina os ídolos, porque deixa claro que Deus não está pregado na parede, nem no oratório, andor ou pedestal. Ele não é uma imagem, desenho ou escultura.

A oração cita o céu e a terra (Mt.6.9,10), porque ela é um instrumento de comunicação entre ambas as dimensões.

"Pai nosso..." – Esta é uma oração plural. Ela poderia ser assim: "Meu pai, venha a mim o teu reino, dá-me o pão, perdoa as minhas dívidas" etc, mas não foi isso que Jesus ensinou. Ele não queria estimular uma religião individualista e egoísta.

Jesus disse "vós orareis assim" e colocou os pronomes no plural porque queria que os discípulos orassem juntos, embora isso não elimine as orações particulares. Deus deseja que vivamos em comunhão, inclusive no culto que prestamos a ele. A oração modelo traz em seu âmago a ideia de igreja e um conceito de comunhão vertical e horizontal, com Deus e com os irmãos.

"Santificado seja o teu nome". Esta é uma frase de louvor com muita reverência. Em nossas orações, devemos também louvar ao Senhor e não simplesmente trazermos uma lista de pedidos.

"Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu". O reino de Deus era o assunto preferido de Jesus, e não foi diferente na oração modelo (Mt.6.10,13). Naquelas poucas frases, o reino foi citado duas vezes. O cristão deve viver em função do reino, e isto significa fazer a vontade de Deus. Nossas orações não podem ser humanistas, voltadas para o reino do homem, colocando nossa própria vontade como prioridade.

O elemento "reino" nos lembra que Deus, além de ser o "pai nosso" é também o "nosso rei". A figura do pai nos lembra amor, carinho, proteção, acolhimento, provisão, etc. A figura do rei nos lembra aquele que governa, que manda. Nossa concepção da divindade deve englobar ambos os aspectos, além de outros que compõem o caráter divino.

Quando orarmos, devemos ter a vontade de Deus como foco. Quantas pessoas estão lutando com Deus em oração para que a vontade humana seja feita. Embora possamos expressar nossa vontade, pode chegar um momento em que vamos dizer esta frase de rendição: "seja feita a tua vontade". Foi assim que Jesus orou no Getsêmani.

"Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu". Jesus veio conscientizar as pessoas sobre a realidade do céu, mas ele não nos ensinou a negligenciar as responsabilidades terrenas. Só não podemos permitir que estas nos afastem dos propósitos celestiais. Somos seres espirituais, mas temos um corpo físico que vive nesta terra. Portanto, o cristão não pode ser alienado em nome da espiritualidade.

"O pão nosso de cada dia nos dá hoje". A oração de Jesus tem ênfase no que é espiritual, mas esta frase refere-se ao alimento material. O pedido é caracterizado pela simplicidade. Talvez colocaríamos neste ponto a lista completa do supermercado para o mês, mas Jesus mencionou apenas o pão para hoje. Não temos nesta oração nenhuma ansiedade pelo dia de amanhã. Ao dizer, "nos dá hoje", ficou subentendido que, no dia seguinte, nova oração seria feita. Jesus ensinou um tipo de oração diária e não esporádica ou eventual.

"Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores". Jesus lembrou aqui o problema do pecado. A oração é pequena e toca apenas em questões essenciais. O pecado é uma delas. O pedido de perdão deve constar das nossas orações juntamente com o reconhecimento de nossas falhas. A frase retoma o tema da comunhão, lembrando que não podemos estar bem com Deus, se negamos o perdão ao nosso semelhante.

"Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal". Neste ponto, o inimigo é lembrado, embora não lhe tenha sido dada a honra de ter o nome citado. A nossa fraqueza também está implícita na frase. Estamos no meio de uma guerra espiritual contra o mal. Está clara a nossa dependência de Deus, mas não estamos dispensados da vigilância.

"Porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre". Aqui, o plural é deixado de lado. Não está escrito "Porque nosso é o reino, o poder e a glória". Tudo isso pertence ao Senhor. O cristianismo não deve ser colocado a serviço do reino humano, como se Deus fosse servo e nós fôssemos senhores. O poder pertence ao Senhor, ainda que possa estar em nossas mãos por alguns instantes.

"Teu é o poder". Se o poder pertence ao Senhor, não podemos pensar que somos donos do poder, seja natural ou espiritual. Precisamos estar sempre ligados em Deus, como um aparelho que depende de uma fonte de energia para funcionar. Não podemos exercer um ministério se não estivermos buscando sempre ao Senhor, pois dele vem o poder e a capacidade de que necessitamos.

"Teu é o reino o poder e a glória para sempre". Não podemos usurpar a glória de Deus nem esperar que os homens nos glorifiquem. Se não formos reconhecidos pelo que fazemos no reino de Deus, está ótimo, pois a glória pertence somente ao Senhor. Neste ponto da oração, Jesus nos ensina a humildade.

A oração modelo foi uma aula para os discípulos. Nela aprendemos diversos princípios que devem orientar nosso modo de orar e, sobretudo, de viver.




Em Cristo.


Dedico esse texto aos meus amigos e Pastores Francisco Vicente de Oliveira, vice-presidente da IEAD em Mossoró e Região e ao Edinaldo Domingos. Pastor da IEAD em Coronel João Pessoa-RN e blogueiro. 
http://pr-edinaldodomingos.blogspot.com.br/


quinta-feira, 28 de junho de 2012

EBD - LIÇÃO 01: NO MUNDO TEREIS AFLIÇÕES




Lição 1 - No mundo tereis aflições


1º de Julho de 2012


TEXTO ÁUREO

Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo(Jo 16.33). – Mesmo em meio à perseguição há uma paz alegre na certeza da vitória em Cristo

(Is 9.6; Rm5.1; Ef 2.14; 2Tm 3.12; Rm 8.37; 1Jo 4.4).

VERDADE PRÁTICA

Mesmo sofrendo as consequências da queda, sabemos que Deus está no controle de todas as coisas.
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 16.20,21,25-33.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·         Descrever as aflições do tempo presente;

·         Responder “por que o crente sofre?”; e

·         Conscientizar-se de que podemos crescer e desfrutar da paz do Senhor no sofrimento.

Palavra Chave

Mundo: [gr. kosmos, ordem, beleza; do lat. mundus, puro] É a terra e o conjunto de todas as coisas criadas por Deus.


COMENTÁRIO

introdução

Prezados amigos do Blog Auxílio ao Mestre, pela imensa graça do Soberano Deus, damos início ao terceiro trimestre de 2012 com o tema “Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”, escrita pelo Pr. Eliezer de Lira e Silva, membro do ministério da IEAD em Curitiba, Comentarista das revistas de Escola Dominical - Lições Bíblicas da CPAD, Bacharel em Teologia, fundador e diretor do Projeto Missionário “Ide e Ensinai” em Moçambique, conferencista na área de liderança ministerial e com casais.

Não são poucas as afirmações equivocadas de que “o crente não sofre neste mundo”. Porém, o Pr Eliezer discorre na presente lição exatamente o contrário daquilo que estão alardeando em nossos púlpitos. A vida que Jesus prometeu aos crentes não é uma vida somente de prazeres, mas Ele avisou que teríamos tribulações (Jo 16.33). A Bíblia mostra que, ao contrário daquilo que muitos andam pregando, exatamente por sermos crentes, enfrentaremos aflições (2Tm 3.12; Mt 10.22; Jo 15.20; At 14.22). Estamos sujeitos aos acontecimentos de ordem natural, econômica e física no mundo que habitamos, os quais não se abatem apenas sobre os ímpios, mas também se sobrepõem aos crentes fiéis. Boa aula!

I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE

1. De ordem natural. Presenciamos uma desordem nunca antes vista na natureza. Apesar dos falsos alarmes, não podemos ignorar a devastação provocada pela ação irresponsável do homem. As dores de parto estão se amiudando, ficando mais intensas, mais fortes, mais preocupantes. A Bíblia diz que a criação geme e está com “dores de parto” pelo que o ser humano tem-lhe feito (Rm 8.22). A violência explode em todo o mundo. Violência no trânsito; violência sexual; violência contra a vida; contra a mulher; contra crianças. Milhões de homens, mulheres e crianças obrigados a um exílio forçado pelas circunstâncias, em várias partes do mundo. Tribos em guerra fratricida. Milhares fugindo de ditaduras, de perseguições. Fugindo dos próprios compatriotas, da terra natal, de suas origens. Fugindo sem destino certo, sem rumo. Nas maiores cidades do Brasil as autoridades se declaram incompetentes diante das atrocidades de gangues. São problemas de ordem natural que sobrecaem não apenas aos infiéis.

2. De ordem econômica. Outra aflição que se abate sobre o mundo é a de ordem financeira. A crise econômica internacional empobrece países, nações e famílias. Quantos não deram cabo da própria vida porque, da noite para o dia, descobriram que perderam todos os bens? Em nosso país, milhões de pessoas sobrevivem com menos de um salário mínimo. A pobreza, a fome e a miséria continuam a flagelar vidas ao redor do mundo, inclusive as dos servos de Deus (Mc 12.41-44). As Escrituras apresentam como sendo a nossa porção nesta vida: "Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33); "Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (At 14.22); "Para que ninguém seja abalado por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos destinados" (1Ts 3.3). As nossas aflições são determinadas por Deus, com o objetivo de produzirem frutos para o nosso bem e para a Sua glória.

3. De ordem física. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, doenças como câncer, hepatite, hipertensão arterial, depressão e obesidade são consideradas as pragas do século XXI. Essa informação traz-nos algumas indagações: Será que o crente fiel não é vítima de câncer? Ou não desenvolve a depressão e não sofre de hipertensão arterial? Não precisamos de muito esforço para reconhecer que as enfermidades também atingem os salvos e são consequência da queda (Rm 6.23). Mesmo cientes de que as doenças acometem igualmente o servo de Deus, é impossível ignorar que há enfermidades de natureza espiritual e oriundas de práticas pecaminosas (Mt 9.32,33; Jo 5.14,15). Como uma decorrência da queda de Adão e Eva. Embora a Bíblia não discuta claramente a origem do mal, Ela declara a estreita relação entre a queda da humanidade e o advento do sofrimento. Pelo pecado entrou a morte e o sofrimento no mundo (Gn 3.16-19; Rm 5.12). Entretanto, todo sofrimento não nos é causado por estarmos em pecado (Sl 34.19; Pv 11.31; Sl 73.13-15; 44.17-18,20-22), mas por permissão divina, para cumprir Seus propósitos

SINOPSE DO TÓPICO (I)

As aflições do tempo presente são representadas pelas crises de ordem natural, econômica e física. Malefícios que acometem igualmente o servo de Deus.


II. POR QUE O CRENTE SOFRE

1. A queda. O sofrimento é algo comum a todos os homens, sejam ímpios sejam justos. Uma razão para a existência do mal é a queda humana. Deus fez um mundo perfeito (Gn 1.31), mas a transgressão de Adão trouxe a tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12). Por isso, todos estão igualmente sujeitos ao sofrimento (Rm 2.12; 8.22). O crente experimenta sofrimento como uma decorrência da queda de Adão e Eva. Quando o pecado entrou no mundo, entrou também a dor, a tristeza, o conflito e, finalmente, a morte sobre o ser humano (Gn 3.16-19). A Bíblia afirma o seguinte: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Realmente, a totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado, e anseia por um novo céu e nova terra (Rm 8.20-23; 2Pe 3.10-13). É nosso dever sempre recorrermos à graça, fortaleza e consolo divinos (cf. 1Co 10.13).


2. A degeneração humana. Com a queda no Éden, o homem sofreu um processo de degeneração moral, social e espiritual. Tal degradação, observada na vida de Caim (Gn 4.8-16), Lameque (Gn 4.23,24) e de toda aquela geração, levou Deus a destruir o mundo pelo dilúvio (Gn 6.1-7.24). O relato bíblico mostra claramente a corrupção humana e o aparecimento do ódio, da violência, das guerras e de todos os atos que contrariam a vontade divina. Não é exatamente essa a situação da sociedade atual? A humanidade acha-se em franca rebelião contra Deus (Rm 3.23). Certos crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes sofrem, isto é, conseqüência de seus próprios atos. A lei bíblica “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7) aplica-se a todos de modo geral. Se guiarmos com imprudência o nosso automóvel, poderemos sofrer graves danos. Se não formos comedidos em nossos hábitos alimentares, certamente vamos ter graves problemas de saúde. É nosso dever sempre proceder com sabedoria e de acordo com a Palavra de Deus e evitar tudo o que nos privaria do cuidado providente de Deus.

3. O novo nascimento e o sofrimento. A experiência pessoal e genuína do novo nascimento gera no crente uma natureza oposta a da queda (1 Jo 5.1,19). Entretanto, apesar de ter nascido de novo, o crente em Jesus não deixa de experimentar o sofrimento, pois, como disse Agostinho de Hipona: “A permanência da concupiscência em nós é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que damos a Deus a prova real do nosso amor”. Assim, experimentamos o sofrimento porque habitamos um corpo que ainda não foi transformado, mas que espera a sua plena glorificação (1 Co 15.35-58). O crente também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar num mundo pecaminoso e corrompido. Por toda parte ao nosso redor estão os efeitos do pecado. Sentimos aflição e angústia ao vermos o domínio da iniquidade sobre tantas vidas (Ez 9.4; At 17.16; 2Pe 2.8). É nosso dever orar a Deus para que Ele suplante vitoriosamente o poder do pecado.
 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A Queda e a degeneração humana são as chaves para se compreender a realidade do sofrimento.
 

III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES

1. A soberania divina na vida do crente. A soberania divina na existência do crente garante-lhe que os olhos de Deus sondem-lhe a vida por inteiro. Somos em suas mãos o que o vaso é nas mãos do oleiro (Jr 18.4). Por isso, você pode falar como o salmista: “Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias” (Sl 31.7). Querido irmão, querida irmã, não se desespere! O Senhor, Criador dos céus e da terra, cuida inteiramente de você e dos seus, porque “a terra é do Senhor e toda a sua plenitude” (1 Co 10.26). Deus pode usar o sofrimento como catalizador para o nosso crescimento ou melhoramento espiritual. (a) Freqüentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação espiritual (ver o livro de Juízes). É nosso dever confessar nossos pecados conhecidos e examinar nossa vida para ver se há alguma coisa que desagrada o Espírito Santo. (b) Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos são “a prova da vossa fé” (Tg 1.3; ver 1.2 nota); elas são um meio de aperfeiçoamento da nossa fé em Cristo (ver Dt 8.3 nota; 1Pe 1.7 nota). É nosso dever reconhecer que uma fé autêntica resultará em “louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1.7). (c) Deus emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé, mas também para nos ajudar no desenvolvimento do caráter cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento (Rm 5.3-5; Tg 1.3). No sofrimento, aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua graça (ver Rm 5.3 nota; 2Co 12.9 nota). É nosso dever estar afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos através do sofrimento. (d) Deus também pode permitir que soframos dor e aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer (ver 2Co 1.4 nota). É nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e fortalecer outros crentes.

2. Tudo coopera para o bem. A vontade de Deus para as nossas vidas é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). O escritor aos Hebreus reconhece que o Senhor, muitas vezes, usa a provação para corrigir-nos e fazer brotar em nossa vida o “fruto pacífico de justiça” (Hb 12.3-11). No exercício desse processo, crescemos como pessoas e servos de Deus, aprendendo na faculdade das aflições da vida. Assim, podemos dizer inequivocamente que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28). Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo, o sofrimento dos justos para propagar o seu reino e seu plano redentor. Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios faziam parte do plano de Deus “para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gn 45.7). O principal exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, “o Santo e o Justo” (At 3.14), que experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumprido. Isso não exime da iniqüidade aqueles que o crucificaram (At 2.23), mas indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus próprios propósitos e sua própria glória.

3. Desfrutando a paz do Senhor. Olhar para o sofrimento e a aflição humana e, paradoxalmente, desfrutar da paz de Cristo, parece-nos loucura! Mas não o é quando entendemos que Deus age segundo o conselho da sua vontade, visando sempre o bem e o crescimento dos seus filhos. O deserto da vida não é percorrido sob a ilusão mágica da “sombra e água fresca”, mas com os pés firmes na realidade desértica do sol escaldante (Rm 5.1-5; Fp 4.7). Nesse interregno, porém, desfrutamos a bondade, a misericórdia e a proteção do Criador dos céus e da terra. Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz que excede todo o entendimento e cantar em alto e bom som o coro do hino 178 da Harpa Cristã: “Paz, paz/ gloriosa paz/ Paz, paz/ perfeita paz/ desde que Cristo minh'alma salvou/ tenho doce paz!”. O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus acompanha o nosso sofrer. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus. Deus promete na sua Palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1Co 10.13). Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os sofrimentos e perseguições daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos (ver Rm 8.28 nota). José verificou esta verdade na sua própria vida de sofrimento (cf. Gn 50.20), e o autor de Hebreus demonstra como Deus usa os tempos de apertos da nossa vida para nosso próprio crescimento e benefício (ver Hb 12.5). Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco “pelo vale da sombra da morte” (Sl 23.4; cf. Is 43.2).



SINOPSE DO TÓPICO (III)

O crente em Jesus pode crescer na graça e desfrutar a paz de Deus em meio ao sofrimento. O Senhor é soberano e tudo coopera para o bem daqueles que O amam.


CONCLUSÃO

Neste mundo, estamos sujeitos às aflições e sofrimentos de qualquer espécie. A vida cristã envolve períodos difíceis e trabalhosos. No entanto, se a nossa expectativa estiver na soberania de Deus e no seu bem, desfrutaremos, mesmo que andemos em aflição, da mais perfeita e sublime paz de Cristo. Que ao longo desse trimestre, o Todo-Poderoso ilumine-lhe a mente e o coração para deleitar-se em sua eterna e maravilhosa graça. Cruzando o deserto do sofrimento, devemos examinar qual é a razão dese sofrimento e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Creia que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias (Rm 8.36; 2Co 1.8-10; Tg 5.11; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve nos levar a concluir que Deus não nos ama. Deus dará a graça necessária para suportar a aflição até chegar o livramento (1Co 10.13; 2Co 12.7-10)


Em Cristo.


domingo, 24 de junho de 2012

EBD - 3º Trimestre 2012




Caros Irmãos,

Esta é nossa nova lição que a partir do próximo domingo passaremos anos dedicar e detalhar diversos tipos de aflições que todo crente passa na vida.

Desta vez, o comentarista será o Pr. Eliezer de Lira e Silva. Conheçamos nosso comentarista:
"O Pastor Eliezer de Lira e Silva é membro do ministério da IEAD em Curitiba, Comentarista das revistas da Escola Bíblica Dominical - Lições Bíblicas da CPAD, Bacharel em Teologia, fundador e diretor do Projeto Missionário "Ide e Ensinai" em Moçambique. Conferencista na área de liderança ministerial e com casais."
As lições a serem estudas são:

Lição 01: No Mundo Tereis Aflições;
Lição 02: A Enfermidade na Vida do Crente;
Lição 03: A Morte para o Verdadeiro Cristão;
Lição 04: Superando os Traumas daViolência Sexual;
Lição 05: As Aflições da Viuvez;
Lição 06: A Despensa Vazia;
Lição 07: A Divisão Espiritual no Lar;
Lição 08: A Rebeldia dos Filhos;
Lição 09: A Angústia das Dívidas;
Lição 10: A Perda dos Bens Terrenos;
Lição 11: Inveja, um Grande Pecado;
Lição 12: As Dores do Abandono;
Lição 13: A Verdadeira Motivação do Crente;
Lição 14: A Vida Plena nas Aflições.

Amados, que Deus possa multiplicar Suas Bençãos sobre todos nós que seremos impactados com essas lições durante todas essas lições maravilhosas. E que nós possamos ajudar a despertar aos que dormem e façamos um propósito com Deus. Neste trimestre vamos levar sempre um descrente para assistir as aulas aos domingos e permitir que Deus possa usar essa oportunidade e salvar essas pessoas.

PS: Faço um compromisso com todos os meus diletos leitores do blog: Sempre até a terça feira que antecede cada lição, postarei no blog toda a lição com comentários e referências bíblicas, como fiz com algumas lições do trimestre passado.


Em Cristo.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Frutos do I CONJOVENS - Setor XI da AD Mossoró



A palavra de Deus em Mt 7:16-29: “Por seus frutos os conhecereis...”. É nesse contexto que trago essas poucas palavras sobre o I CONJOVENS – I Conferência de Jovens do setor XI da Igreja Assembléia de Deus em Mossoró-RN.

Quanto vale uma vida que se converte e aceita a Jesus como Salvador? E uma vida que sai das garras do Diabo e volta aos caminhos de Jesus? E casamento reestruturado? E vida firmadas e renovadas pelo Poder do Espírito Santo?

Esses foram apenas um dos frutos observados em primeiro momento nesse I CONJOVENS. Alguém poderia quantificar esses valores? Para ajudar nas tentativas de responder a essas perguntas, segue alguns dados:
  • 33 novos convertidos.
  • Pelo menos 50 almas que voltaram para Jesus.
  • Conheço pessoalmente a reestruturação de pelo menos 2 casamentos (segue abaixo o testemunho de 1 deles).
  • Diversos relatos de jovens que foram renovados pelo Espírito Santo.
Agora ficou fácil calcular, concordam?

Sem revelar cifras, será que os investimentos feitos pelos coordenadores foram maiores que o valor desses frutos? Essa eu respondo pra você, meu ilustre leitor. CERTAMENTE O SALDO PARA A OBRA DE DEUS FOI INFINITAMENTE MAIOR QUE OS INVESTIMENTOS REALIZADOS PELOS ABENÇOADOS IRMÃOS.

Aqui quero destacar os irmãos Clécio, João Cleiton, Monsley, Lamarque, Rogério, Marcondes e todos os anônimos que foram responsáveis pela organização do Evento.


Fariseus.

É claro que em todos os eventos realizados para Evangelização, sempre aparecerão os modernos fariseus. É incrível que em pleno século XXI, esses falsos crentes ainda estejam no nosso meio e o pior, influenciando (ou querendo influenciar) nossos líderes. Essas são pessoas que não tem nenhum testemunho de crente e vivem à sombra de máscaras e de seus pais pastores. Não realizam nada para o engrandecimento da Obra de Deus e ainda ficam tentando denegrir a imagem dos verdadeiros homens de Deus.

Vocês ainda tem tempo para se converterem.


João Cleiton.

Amados, de todos os irmãos citados acima, quero deter maior comentário sobre o Auxiliar João Cleiton. Esse jovem é membro da IEAD Ulrick Graff e um dos mais responsáveis obreiros dessa congregação. Homem íntegro, fiel a Deus, excelente testemunho, obreiro valoroso.

Parabéns pelo evento realizado. E não se preocupe com as pedradas dos fariseus. Junte-as a faça um altar para adoração ao Deus que você serve, pois só Dele deve vir seu reconhecimento. Quando for fazer seu momento de agradecimento e adoração, lembre-se desse humilde escrivão.

Conta comigo meu amigo e irmão João. Deus multiplique sua vida e receba as bençãos do Pai.

Davi Sacer.

Enquanto os fariseus olharam para os “sai do chão” estimulado pelo cantor Davi Sacer, no sábado dia 16/06/2012, Deus aproveitava o dom cedido gratuitamente ao servo Davi e quebrava corações, restaurava vidas e fazia um dos maiores milagres possível – entenda-se, convencer o pecador da necessidade de um Salvador.

Ao cantor Davi Sacer, meus agradecimentos por se deixar ser vaso e realizar a obra de Deus da forma que Ele quer que você faça.

Testemunho.

Queridos, dizem por ai que contra fatos não há argumentos. Muito bem, partindo dessa premissa e para calar a boca dos modernos fariseus de plantão, aí vai um dos exemplos do que Deus fez no último sábado, por meio do CONJOVENS.

“Meu nome é José (nome fictício) e sou casado a 15 anos com Maria (também fictício). Temos 03 filhos – Ana, Pedro e Paulo (todos nomes fictícios). Éramos uma família normal, com muito amor, dedicação e temor a Deus. De um tempo para cá, começaram muitas brigas e o amor foi esfriando, o respeito foi acabando, começou as palavras de baixo calão e a separação era algo inevitável. Mesmo assim estávamos dentro da igreja, sou responsável por um departamento da minha congregação. Minha esposa também. Meus filhos estão inseridos no conjunto de jovens e o mais novinho, no das crianças.

Deus, na sua infinita misericórdia, quis me escolher para sua obra. E em uma experiência única, como se estivesse arrebatado o meu espírito, revelou todo meu ministério. Posso confessar aos leitores que é algo grandioso e de muita responsabilidade. Nunca me senti capaz de realizar algo tão magnífico. E nesse projeto divino, está toda a minha família.

No entanto, estávamos às portas da separação. E nessa situação, onde ficaria o projeto de Deus?

Porém, Deus usa as oportunidades e faz as coisas que Ele planejou e as realiza conforme Sua Vontade Suprema. Durante toda a semana do CONJOVENS, cheguei a praticamente sair de casa e concretizar minha separação matrimonial. E atendendo ao pedido dos meus filhos, fui (sem nenhuma esperança) assistir ao “show” de Davi Sacer e quem sabe me alegrar um pouco, afinal iria "sair do chão". Para minha surpresa, era um culto evangelístico. Após muitos hinos de adoração, Deus usa o Pastor Altair Germano na ministração da Palavra e algo começou a acontecer em meu coração. No meio de 15 mil pessoas, Deus me escolheu para direcionar àquela Palavra. Meu coração doía, como se fosse partir e de dentro dele saísse fogo. O Pastor preparou o caminho para o cantor Davi Sacer que completou meu quebrantamento e mesclando hinos mais ritmados e de adoração, transformou definitivamente meu coração e meu modo de viver.

Posso garantir a todos que nos lê, que após aquele Show de Culto Evangelístico, minha vida conjugal foi transformada e consagrei toda minha família ao Senhor. E vamos realizar a vontade de Deus.

Obrigado meu Deus por permitir a realização de um evento tão marcante e tão abençoador.


Aos organizadores.

Não vou me preocupar com as perseguições
Com as pedras que me lançam, Jesus está por perto
Eu posso confiar, eu posso descansar, Jesus está por perto
Pra falar atire a primeira pedra
Aquele que não tem pecado, aquele que não erra
Pra me defender diante do inimigo
Tomar minha dor, pra chorar comigo
Pra me sustentar debaixo de Tua destra
Isso é fato consumado, os meus casos impossíveis
Serão sempre encerrados pelo meu advogado
Meu advogado é o meu Senhor
Ele me defende do acusador
Minha causa entreguei em Suas mãos
Posso descansar o meu coração
Minha audiência ele já marcou
E garantiu de novo que eu serei o vencedor
Meu advogado mora lá no céu
Verdadeiro justo, pra sempre fiel

Música: Advogado Fiel (Bruna Karla)


Calem a boca.

Aos fariseus de plantão. CALEM A BOCA.


Em Cristo.