terça-feira, 17 de abril de 2012

O Martírio de Policarpo – Pastor da Igreja em Esmirna

Subsídio para a Lição 04 da EBD (CPAD) - Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir

Breve relato da vida de Policarpo


Um dos mártires mais conhecidos da quarta perseguição geral, feita pelo Imperador Marco Aurélio, foi Policarpo, Pastor de Esmirna, que dizem a tradição, estudou com o Apóstolo João, considerado então o último elo da igreja apostólica no ano 156 d. C. Diante das perseguições aos cristãos, pelo império romano, Policarpo procurou se refugiar em sítios de vizinhos para continuar seu trabalho, mas os soldados romanos o descobrem, antes de ser levado para a arena (o lugar onde os cristãos do império eram jogados, para serem devorados pelas feras), ele pede para orar, e ora por longas duas horas, o que faz com que os soldados apreciem o caráter do bom velho, chegando a pedir ao mesmo que simplesmente diga: “César é o senhor, e queime um incenso”, mas Policarpo recusou calmamente e foi então encaminhado até a arena diante da população romana que o empurrava chegando até o governador que interrogando o velho homem piedoso, com receio de entregá-lo as feras, diz:

— Jure pela felicidade de César. Mude de idéia. Diga "Fora com os ateus!".

O governador obviamente queria que Policarpo salvasse a vida ao separar-se daqueles "ateus", os cristãos. Ele, porém, simplesmente olhou para a multidão zombadora, levantou a mão na direção deles e disse:
— Fora com os ateus!

O governador tentou outra vez:
Policarpo

— Faça o juramento e eu o libertarei. Amaldiçoe Cristo!

O pastor se manteve firme.
— Por 86 anos servi a Cristo, e ele nunca me fez qualquer mal. Como poderia blasfemar contra meu Rei, que me salvou? (Os 100 Acontecimentos mais importantes da história do Cristianismo, Curtis, Lang e Petersen)

O Martírio



Diante da recusa, nada mais podendo fazer o pro-cônsul, mandou que viesse às feras, começando assim a história de um martírio prolongado. Policarpo deixa o governador mais irritado ainda, diante da intrepidez do mesmo e de sua alegria, em saber que iria partir para um lugar melhor e com esta situação, Policarpo é amarrado em uma estaca para ser queimado, tendo ele respondido: "Ameaçais-me com o fogo que arde por um momento, e depressa se apaga, mas nada sabeis da pena futura, e do fogo eterno reservado aos ímpios" (História do Crsitianismo, Knight e Anglin). Ele então foi atado, contrariando o povo que queria pregá-lo na estaca, a lenha foi colocada em redor e ateado fogo, que segundo testemunhas, não consumiu Policarpo:

“Tendo em seguida recomendado a sua alma a Deus deu o sinal ao algoz, e este logo lançou fogo à palha. Mas, diz a tradição, os acontecimentos maravilhosos do dia ainda não tinham chegado ao seu fim. Por qualquer razão desconhe­cida, as chamas não tocaram no corpo de Policarpo, e os espectadores, vendo-se enganados, olhavam uns para os outros na maior admiração. Contudo, o ódio venceu a superstição, e pediram ao al­goz que matasse a vítima a golpes de espada. Assim se fez, o golpe fatal foi imediatamente dado, e naquele momento de cruel martírio, o fiel servo do Senhor entregou a alma a Deus, e ficou para sempre longe do alcance dos seus perse­guidores”. (O livro dos Mártires, John Fox).

E assim partia um homem, piedoso, perseverante, que não esmoreceu diante perseguições e das ameaças de morte, mas sabia que a certeza da sua Salvação o levaria para um lugar melhor. Se hoje nos sobreviesse perseguições semelhantes, quantos teriam a mesma certeza e o mesmo sentimento de Policarpo, eis a questão!

Em Cristo.

ESMIRNA - UMA IGREJA ATRIBULADA


Subsídio para a Lição 04 da EBD (CPAD) - Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir

A cidade de Esmirna, na Antigüidade, foi por muitos anos uma cidade muito rica, antes de ser destruída totalmente no século VI a.C. Mais tarde, por volta do ano 300 a.C. foi reconstruída por Alexandre, o grande. Daí para frente, tornou-se uma das cidades mais importantes e prósperas da Ásia Menor.
Ali foi erigido um templo à deusa Roma, uma vez que a cidade era aliada e fiel a Roma.
Era também o porto natural de antiga rota comercial que atravessava o vale do Hermo, e seu interior era muito fértil. Atualmente a cidade chama-se Izmir, e é a maior cidade da Turquia Asiática.  Esmirna era o local de uma das sete igrejas mencionadas em Apocalipse.
É muito importante analisarmos os escritos direcionados a Esmirna, por exatos, três motivos:
1) Foi a mensagem de Cristo a uma Igreja constituída assim como a nossa, alertando-a sobre o caminho que deveria seguir;
2) Sua mensagem não ficou restrita a igreja local de Esmirna. Ecoou através do tempo e espaço atingindo as igrejas estabelecidas entre o 2º e 3º século.
3) Sua mensagem não se apagou durante os séculos, pois conseguimos identificar em nossos dias, situações que nos arremetem a lembrarmos de Esmirna. Seus problemas, dificuldades e a mensagem de Cristo a igreja.

Alguns poderiam dizer, e daí? Sua mensagem já se cumpriu por duas vezes, não há mais necessidade de atentarmos para o que está escrito! Infeliz engano! Aplica-se a Esmirna o mesmo que a Éfeso...

A Igreja de Éfeso teve que ouvir duras verdades sobre sua conduta diante de Cristo. Ela e todas as Igrejas compreendidas entre o 1º e o 2º século, no cumprimento escatológico da palavra. Isto não quer dizer que a Igreja de hoje não deve temer abandonar o primeiro amor. Somos tão passíveis de cair neste erro quanto os cristãos do primeiro século. Ou será que em nossos dias não há cristãos abandonando o primeiro amor? Vai ver, isso é coisa de 1º século!

É Fácil verificar! Será que nosso amor está nos conduzindo a uma estética cristã? Estamos mais preocupados com a maneira de vestir-se, falar e cortar o cabelo do que com o amor pelo próximo? Seja lá quem for o próximo. “Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade”. Ao abandonar o primeiro amor, nos fechamos às pessoas para explorar um falso senso de santidade. Então cuidemos de analisar Éfeso e Esmirna também.

Esmirna significa “Mirra”. Seu significado está intimamente ligado a Igreja. Vale lembrar que a mirra foi um dos três presentes ofertados ao menino Deus.

A mirra é um arbusto que cresce nas regiões desérticas, especialmente na África (nativa da Somália e partes orientais da Etiópia) e no Médio Oriente. É também, o nome dado à resina de coloração marrom-avermelhada obtida da seiva seca dessa árvore (Commiphora myrrha). A palavra origina-se do hebraico maror ou murr, que significa "amargo".

A igreja de Esmirna passou por grandes amarguras, na realidade, Jesus disse para ela: “Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás”.

Era uma igreja sofrida, que enfrentava tribulações e isto em meio à pobreza que potencia qualquer tribulação. Mas o Senhor disse que ela era rica.

Ainda havia ali um grupo de falsos judeus, aqueles que a Bíblia chama de “judaizantes”. Eram pessoas que desejavam impingir na igreja as coisas velhas do judaísmo, desprezando a nova luz, a aurora do Evangelho puro pregado pelo Senhor Jesus.

A carta a Esmirna é a carta à Igreja perseguida. Esmirna é considerada pelos historiadores como o local do primeiro martírio cristão existente. A história da Igreja narrada por Eusébio em sua obra denominada "História Eclesiástica", nos conta que foi em Esmirna que Policarpo, um discípulo do Apóstolo João, e principal pastor da Igreja, foi martirizado no ano de 159 d.C.

Os relatos indicam que o procônsul romano, Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé e entregar seu rebanho, quando já avançado em idade e preso pelos seus inquiridores, respondeu com autoridade: ‘Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou?” A atitude de Policarpo levou-o a ser queimado vivo em praça pública.

Os fabricantes de mirra esmagam a planta várias vezes, até o momento em que ela exala o perfume característico, um dos mais balsâmicos que existem. Assim como a mirra produzia sua fragrância através do esmagamento, esta igreja foi completamente esmagada por todos os lados. A própria mensagem de Cristo atesta isso: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico)”. A perseguição tornava-se intensa, os bens da Igreja e de seus membros eram confiscados um a um.
Os cristãos de Esmirna foram literalmente esmagados, tornando-se um cheiro de perfume suave para Deus, mas jamais se desesperaram ou se entregaram ao materialismo.

A palavra de Jesus a Policarpo e a igreja pastoreada por ele, foi: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”.

A primeira lembrança que o Senhor Jesus traz para a igreja é que ele esteve morto e reviveu. Jesus sabia que muitos ali morreriam, por isto quis mostrar que não se deve temer a morte, pois depois dela virá a gloriosa ressurreição.

Paulo enfatizou isto muito bem, quando disse: “Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos”. 2 Tm 2.11.

Existe, hoje, uma mensagem generalizada que o crente não pode sofrer. Existem “orações poderosas” para espantarem o fantasma do sofrimento da vida dos fiéis.
Mas não fui eu quem disse:

* Rm 5.3 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
* Rm 12.12 - Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
* 2 Co 1.4 - Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
* 2 Co 4.17 - Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
* At 14.22 - Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por

muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.

Os pregadores do Evangelho não são sádicos, nem os crentes são masoquistas, a grande realidade é que nós sofremos. A grande virtude, a grande graça, não é se esquivar do sofrimento, mas é enfrentá-lo com brio.

Mais uma vez cito o apóstolo Paulo, que além de doutor em outras coisas era doutor em sofrimento. Ele padeceu muito, mas veja o que ele disse:
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados. Perseguidos, mas não desamparados. Abatidos, mas não destruídos. Trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos”. 2 Co 4.8-10.

Foi ele que em sua vida de apóstolo/missionário enfrentou o que ele descreve tão vividamente:
“São ministros de Cristo? Falo como fora de mim, eu ainda mais. Em trabalhos muito mais. Em prisões muito mais. Em açoites sem medida. Em perigo de morte muitas vezes. Dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos. Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se é preciso gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas guardava a cidade dos damascenos, para me prender. Mas por uma janela desceram-me num cesto, muralha abaixo. e assim escapei das suas mãos. 2 Co 11.23-33.
Doeu em sua alma, irmão(ã)? Na minha doeu. Sempre repito que talvez o pior sofrimento de Paulo é o sofrimento que os verdadeiros cristãos enfrentam nos dias de hoje. Quero colocar em negrito este quadro o qual nosso irmão Paulo teve que enfrentar: em perigos entre falsos irmãos.
Aqui, em minha cidade, João Pessoa, pastores oferecem dinheiro para membros de conjuntos musicais de outras igrejas se mudarem para as deles.

Vão à busca de pastores e ministérios que já estão “cobertos”, oferecendo-lhes “cobertura”.
A famosa “pesca de aquário” está por demais disseminada por aqui. Acho que somos a cidade campeã nesse esporte famigerado. Mas, não se espante, todos eles tem um argumento sólido e aparentemente lógico para a pescaria que fazem. Eles dizem:
“Não ligo se alguém me critica por pescar em aquários. Faço isto porque sei que minha igreja e meu ministério podem oferecer coisa bem melhor para estes coitados que estão comendo palha em suas igrejas”.

Puxa vida, que sem-vergonhice! Que hipocrisia! Que fingimento! Que falsa devoção! Que embuste! Que engano! Que intrujice! Que logro!

Se você se lembrar de mais alguns sinônimos semelhantes, pode aplicá-los, porque o certo é chamar esses charlatães de golpistas, malandros, tapeadores, marotos, patifes, tratantes, velhacos, vadios, vagabundos, trapaceiros, ladrões, vigaristas, gatunos e ratos.
Vão trabalhar, preguiçosos! Deixem a mamata do pesque-pague!

No tempo do apóstolo Paulo eles já existiam. Paulo os denunciou: “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo”. 2 Co 11.13.
São discípulos daquele que gosta de transfiguração e se transfigura em anjo de luz.
Vamos suportar a tribulação de dez dias?
(Refs. Ap 2.8-11.)



Paulo de Aragão Lins é pastor, escritor, jornalista, dramaturgo, poeta, teólogo, filósofo, psicanalista, comendador e conferencista nacional e internacional. Nasceu em 1942, em João Pessoa, Paraíba. Já escreveu alguns livros, quase todos versando sobre a Bíblia.


Em Cristo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A CARTA À IGREJA EM ESMIRNA

 


Durante o período em que Paulo ficou em Éfeso, na sua terceira viagem evangelística, “todos os habitantes da Ásia” ouviram o evangelho de Jesus (Atos 19:10). Pedro incluiu os eleitos e forasteiros da Ásia entre os destinatários de sua primeira carta (1 Pedro 1:1). É bem possível que a igreja em Esmirna, uma cidade situada aproximadamente 65 km ao norte de Éfeso, esteja incluída nestas citações. Mas, a primeira vez que ela é identificada por nome é nas citações no Apocalipse. Por isso, não temos informações específicas sobre esta igreja, além dos quatro versículos desta carta ao anjo da igreja em Esmirna. O pouco que sabemos é positivo. Esta carta elogia e encoraja, sem oferecer nenhuma crítica dos cristãos em Esmirna.

Ao Anjo da Igreja em Esmirna (2:8-11)

2:8 – Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:

A igreja em Esmirna: Hoje conhecida com Izmir, a terceira maior cidade da Turquia e o segundo mais importante porto do país, Esmirna era uma cidade antiga de uma região habitada durante milhares de anos antes de Cristo. A antiga cidade foi destruída pelos lídios em 600 a.C. e reconstruída pelos gregos no final do 4º século a.C. A cidade ganhou nova vida, e pode ser descrita como uma cidade que morreu e tornou a viver. Durante o domínio romano, Esmirna se tornou um centro de idolatria oficial, conhecida como Guardião do Templo (grego, neokoros). Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo para a adoração da cidade (deusa) de Roma (195 a.C.). Em 26 d.C., foi escolhida como local do templo ao imperador Tibério. Foram descobertas imagens, na praça principal da cidade, de Posêidon (deus grego do mar) e de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra).

Na época do Novo Testamento, provavelmente tinha uma população de aproximadamente 100.000. Por ser um porto excelente, facilitando o comércio entre a Ásia e a Europa, era uma cidade próspera.

Estas coisas diz o primeiro e o último: Jesus começa esta carta com as palavras de 1:17, frisando a sua eternidade.

Que esteve morto e tornou a viver: quase igual a afirmação de 1:18, esta frase destaca a vitória sobre a morte na ressurreição. Na situação dos discípulos de Esmirna, encarando perseguições difíceis, seria especialmente importante lembrar da ressurreição de Jesus. O Senhor deles não fracassou diante da morte; ele a venceu! Eles, sendo fiéis, teriam a mesma esperança.

2:9 – Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.

Conheço a tua tribulação: Jesus, no meio dos candeeiros, viu o sofrimento de seus seguidores. Da mesma maneira que ele se compadeceu dos angustiados na terra durante o seu ministério (veja Marcos 1:41), ele olhou com compaixão para aqueles que sofriam em Esmirna. Mesmo assim, ele não os poupou de toda a dor, como veremos no versículo 10. A palavra “tribulação”, aqui, significa pressão que vem de fora.

A tua pobreza (mas tu és rico): Apesar de morarem numa cidade próspera, os cristãos em Esmirna eram pobres. Provavelmente sofriam discriminação por causa da fé, e assim se tornaram pobres. É bem possível, também, que tivessem sacrificado seus recursos em prol do evangelho, como os macedônios fizeram para ajudar os irmãos necessitados alguns anos antes (veja 2 Coríntios 8:1-9). Mas a pobreza material não tem importância quando há riqueza espiritual (veja 3 João 2). A situação dos discípulos em Esmirna era muito melhor do que a da igreja em Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual (3:17).

A blasfêmia dos falsos judeus: blasfemar é falar mal. Freqüentemente, refere-se a blasfêmia contra Deus. Aqui, porém, a blasfêmia é um aspecto do sofrimento dos crentes em Esmirna. Esta difamação veio de pessoas que se chamavam judeus mas, de fato, não eram verdadeiros judeus. Os Judeus, que tiveram uma sinagoga em Esmirna, perseguiam os cristãos. Ao invés de serem verdadeiros judeus e descendentes espirituais de Abraão (veja João 8:39-47; Romanos 2:28-29), eram servos de Satanás, o principal mentiroso e acusador dos fiéis (12:9-10; João 8:44).

2:10 – Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

Não temas as coisas que tens de sofrer: O conforto oferecido por Jesus não é o livramento do sofrimento. Ele anima os discípulos em Esmirna a não desistirem por causa das tribulações que viriam logo. Covardes não têm esperança em Cristo (21:8). Pessoas que fogem da sua responsabilidade diante de Jesus por medo de sofrer não são dignas da comunhão com ele. Pessoas que ensinam que o servo fiel será próspero e livre de sofrimento nesta vida não acreditam nas palavras que Jesus mandou à igreja em Esmirna!

O diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós: O diabo é visto como a fonte da perseguição. Alguns seriam presos, provavelmente aguardando julgamento e possível morte.

Para seres postos à prova, e tereis tribulação de dez dias: O efeito da tribulação seria o de provar a fé desses cristãos. A sua lealdade a Cristo seria testada sob ameaças de morte. Mas a perseguição não continuaria para sempre. Dez dias sugere um tempo curto mas completo. Seria uma provação completa, mas teria um fim.

Por ter vínculos tão fortes com a idolatria oficial de Roma, Esmirna se tornou uma cidade perigosa para os cristãos. Esta carta fala sobre perseguições que viriam. Até décadas depois do Apocalipse, perseguições atingiram seguidores de Cristo na cidade. Um dos casos mais conhecidos da história pós-bíblica é o de Policarpo. Ele foi morto na sua velhice quando recusou a renegar a sua fé em Cristo. Uma carta descrevendo o martírio de Policarpo, que aconteceu cerca de 156 d.C., relata as palavras dele em resposta às ameaças dos governantes romanos: “Por 86 anos eu tenho servido a ele, e nunca me fez nada de mal. Como, então, poderia eu blasfemar contra meu Rei e Salvador?”

Sê fiel até à morte: O fim desta perseguição, para alguns, poderia ser a própria morte. Mesmo assim, deveriam ser fiéis. Às vezes, arrumamos qualquer desculpa para não fazer algo que Deus pede. Mas nada, nem a nossa própria vida, deve ser mais importante do que a nossa fidelidade a Deus.

E dar-te-ei a coroa da vida: A palavra “coroa” (grego, stephanos) refere-se à coroa de vitória. A coroa da vida vem de Deus, o único que pode dar a vida (veja João 5:26; 14:6; 1 João 1:1-2). Aqueles que amam a vinda de Jesus receberão a coroa da justiça (2 Timóteo 4:8).

2:11 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Como em todas as cartas às igrejas, Jesus chama os destinatários a ouvirem a sua mensagem.

O vencedor: Aqueles que permanecem fiéis diante das perseguições são vencedores com Cristo.

De nenhum modo sofrerá dano da segunda morte: o castigo eterno (20:6,14; 21:8). Os perseguidores poderiam até causar a primeira morte, mas os fiéis não sofreriam a segunda morte (veja Mateus 10:28).

Conclusão

Morar em Esmirna no primeiro século não seria fácil para o discípulo de Jesus. Além das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e mais poderosa. A idolatria oficial, juntando a religião à força do governo, prometia uma perseguição perigosa aos cristãos da cidade. Para vencer esta tentação, teriam que acreditar no poder daquele que já venceu a morte. Mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas somente se mantivessem sua confiança no eterno Senhor, “o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver”.


Em Cristo.

terça-feira, 10 de abril de 2012

EBD - AULA 03 - QUESTIONÁRIO

 

 
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 3, ÉFESO, A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO
Responda conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2012
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Lembra-te, pois, de onde _______________, e arrepende-te, e pratica as _______________ obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu _______________, se não te arrependeres" (Ap 2.5).
VERDADE PRATICA
2- Complete:
Se não voltarmos urgentemente ao _______________ amor, jamais viveremos o _______________ de um grande e poderoso _______________.
INTRODUÇÃO
3- Por que a igreja em Éfeso se destacou como uma referência em toda Ásia Menor?
(    ) Porque não havia igreja mais obreira, dinâmica e ortodoxa do que a de Éfeso.
(    ) O seu preparo teológico era tão sólido, que o seu pastor capacitara-se, inclusive, a confrontar os que se diziam apóstolos (Ap 2.2).
(    ) Éfeso era a igreja apologética por excelência.
(    ) Ela destacava-se também por seu testemunho, esforço e extenuante labor pela expansão do Reino de DEUS.
(    ) Até o próprio CRISTO elogiou os efésios.
I. ÉFESO, UMA IGREJA SINGULAR
4- Quando o evangelho chegou a Éfeso, quando floresceu e o que aconteceu nesse período?
(    ) Chegou a mais notável metrópole da Ásia Menor, durante a segunda viagem missionária de Paulo (At 18.19).
(    ) A igreja só viria a florescer entre os efésios a partir da terceira viagem do apóstolo.
(    ) A chegada do Reino de DEUS à cidade foi acompanhada por um grande avivamento.
(    ) Houve batismos com o ESPÍRITO SANTO, curas divinas e não poucas conversões (At 1 9).
5- A solidez doutrinária da igreja em Éfeso era conhecida e o seu preparo bíblico e teológico era singular. Por que?
(    ) A igreja de Éfeso tivera o privilégio de ter como pastor, durante três anos, o maior teólogo do Cristianismo (At 20.31).
(    ) Durante esse tempo, Paulo lhe expôs todo o conselho de DEUS (At 20.27).
(    ) Pode haver um curso bíblico mais completo? E a epístola que o apóstolo lhes enviou? (Ef 1.1-5). Aqueles cristãos doutoraram-se na Palavra de DEUS.
6- Na igreja em Éfeso, quais obreiros a dirigiram e se destacaram como ministros excelentes?
(    ) Paulo.
(    ) Timóteo.
(    ) Tíquico.
(    ) João, o discípulo amado.
II. O PROBLEMA DE ÉFESO
7- Qual o grave problema da igreja em Éfeso?
(    ) A sua lua de mel com o Senhor JESUS havia chegado ao fim. E ela não o percebera.
(    ) Já não se lembrava do amor — primeiro e belo — que dedicara ao Cordeiro de DEUS.
(    ) Apesar de ser pastoreada pelo discípulo do amor, como veio a esquecer-se, justamente, do primeiro amor?
8- Apesar de sabermos como definir o primeiro amor, mas poder senti-lo, o que poderia ser o primeiro amor?
(    ) É a alegria da salvação que o salmista temia perder (SI 51.12).
(    ) É, uma alegria que nos impulsiona a declarar toda a nossa afeição a DEUS: "Amo o Senhor" (SI 116.1).
(    ) O primeiro amor é o enlevo que, no início, fez com que os efésios vivessem nas regiões celestiais em CRISTO JESUS (Ef 1.3).
(    ) O primeiro amor é também a disposição que leva o obreiro a semear, num misto de lágrimas e júbilo, a preciosa semente do Evangelho (SI 126.5).
9- Como pode ocorrer a amnésia do amor? Sendo o primeiro amor tão sublime e inefável, pode alguém vir a esquecê-lo? Complete:
Apesar de Éfeso ainda entregar-se denodadamente à _______________ de DEUS, não mais se entregava _______________ ao DEUS da obra. Embora teológica e biblicamente ortodoxa, já não conservava o _______________ daquele sentimento que, um dia, fez a Sulamita _______________ pelo esposo: "Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios" (Ct 6.3). Era-lhe, _______________, pois, voltar ao primeiro amor.
III. VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR
10- Em que implica esquecer o primeiro amor? Complete:
Esquecer o primeiro amor não é incidente teológico, é ______________ espiritual. Semelhante pecado demanda contrição e _______________. Por isso, o Senhor JESUS insta, junto ao pastor em Éfeso, a que volte de _______________ ao primeiro amor.
11- Por que a igreja em Éfeso era rica em obras, pobre em amor?
(    ) Apesar de já não se lembrar do primeiro amor, Éfeso ainda era rica em obras.
(    ) O próprio CRISTO realçou-lhe esta característica (Ap 2.2).
(    ) A igreja em Éfeso já não praticava as obras que a haviam distinguido no início da fé: o amor que santificara ao Senhor JESUS.
(    ) A igreja em Éfeso era rica em obras e paupérrima em amor.
12- Complete:
Se as obras sem a __________ nada são, o que delas resta sem o __________? Até mesmo o auto-sacrifício sem amor _______________ é, conforme destaca o apóstolo Paulo: "E ainda que distribuísse toda a minha _______________ para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser _______________, e não tivesse amor, nada disso me _______________" (1 Co 1 3.3).
13- Por que amar é a mais elevada das obras? O que muitos crentes estão amando? Cite um exemplo de um profeta que realmente amava a DEUS.
(    ) Não há obra tão elevada como amar a DEUS: "Amarás, pois, o SENHOR, teu DEUS, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder." (Dt 6.5).
(    ) Há crentes que se limitam a amar as bênçãos.
(    ) Há crentes que, mesmo sem as bênçãos, amam o abençoador. Que belo exemplo temos em Habacuque (Hc 3.17,18).
IV. LEMBRANDO-SE DO PRIMEIRO AMOR
14- Como voltar ao primeiro amor?
(    ) A resposta vem do próprio CRISTO: "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres" (Ap 2.5).
15- O que significa "lembrar-se de onde caiu"?
(    ) A Bíblia exorta-nos a lembrar-nos de DEUS, porque Ele jamais se esquece de nós (Ec 12.1; Is 44.21; 49.15).
(    ) O cristão, infelizmente, corre o risco de esquecer-se daquEle que se esquece somente de nossos pecados (Hb 8.12).
(    ) Se não formos diligentes, corremos o risco de não mais nos lembrarmos daquele amigo que é mais chegado que um irmão (Pv 18.24).
16- O que significa "voltar à prática das primeiras obras"?
(    ) Se Éfeso já era rica nas segundas obras, por que voltar à prática das primeiras?
(    ) Nenhuma obra é completa e perfeita sem o amor.
17- Veja se você ainda ama o CRISTO como Ele tem de ser amado. Será necessário que o próprio Senhor pergunte-lhe: "Amas-me mais do que estes?" (Jo 21.15). Complete:
Se não _______________ a CRISTO o primeiro amor, como haveremos de ansiar por sua _______________? Talvez, o anjo de Éfeso (pastor) já não almejasse o _______________ do Senhor. O ativismo acabara por matar-lhe o primeiro amor e o _______________ também. Era-Ihe urgente e necessário, pois, não somente amar a CRISTO como antes, como também amar-lhe a _______________ como nunca.
 
18- De que maneira devemos amar a vinda de CRISTO? Complete:
Assim como o CRISTO ama a _______________ e suspira por sua chegada aos céus, também devemos nós, como o seu corpo _______________, almejar por sua vinda: "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua _______________" (2 Tm 4,8). Você realmente ama a vinda de CRISTO? Em _______________ Ele voltará. Amém. Ora vem Senhor JESUS!
CONCLUSÃO
19- Complete:
Sem amor não pode haver _______________. Sua base é o amor primeiro e belo do início de nossa _______________. Um amor que jamais deve morrer, mas renovar-se a cada manhã. Se você já não ama a CRISTO como antes, _______________-se desse pecado grave e evite que as conseqüências se agravem. Voltar ao primeiro amor não significa voltar à imaturidade espiritual, mas ao _______________ do início de nossa fé. Lembre-se de onde caiu. Volte imediatamente ao primeiro amor. Rogue ao Pai que o _______________ à sala do banquete, onde o Noivo está à nossa espera: "Levou-me à sala do banquete, e o seu estandarte em mim era o amor" (Ct 2.4).
 
 
Em Cristo.
 
 
 

Quem eram os Nicolaítas?

Subsídio para a Lição 03 da EBD (CPAD): Éfeso, a Igreja do Amor Esquecido




TEXTO BASE: Ap 2.6
Mas vocês têm a seu favor isto: odeiam o que os nicolaítas fazem, como eu também odeio. (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

INTRODUÇÃO:
Nikh = vitória (no sentido de dominar)
laos = ...o povo peculiar (de Israel ou Cristãos); gente, multidão;...do Século IV em diante, às vezes se refere ao leigo (conforme o grego moderno "laikos"= leigo, no sentido de povo comum)
Portanto, o nome Nikolaitwn (nicolaítas) composto destas duas palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que dominam o povo".

A ORIGEM


Os nicolaítas não podem ser encontrados na história da igreja. Uma vez que Apocalipse é um livro de profecia, ainda devemos atentar para o significado da palavra. Nicolaítas, portanto, refere-se a um grupo de pessoas que se auto-avaliam muito acima dos crentes comuns. O Senhor odeia o comportamento dos nicolaítas. A conduta de elevar-se sobre e acima dos crentes comuns como uma classe mediadora é o que o Senhor detesta; é algo para ser odiado. Mas, naquela época havia somente o comportamento; este ainda não se havia tornado um ensinamento.
Esta era uma heresia que se formava já no fim da era apostólica, com os falsos mestres deturpando a Pureza da Doutrina de Cristo e seus Apóstolos. A doutrina nicolaíta concebeu a idéia de uma casta especial e superior na Igreja, ou seja, o chamado Clero. Indo além, formou-se a idéia de uma hierarquia eclesiástica dentro deste mesmo clero. Há uma grande probabilidade, lógica e historicamente, de que estes nicolaítas, dos quais muito pouco se sabe, sejam os formadores do pensamento Católico Romano e, portanto, seus antecessores. Eles estavam, no final do séc. I, infiltrados nas igrejas de Cristo como podemos ver no texto base. Evidentemente, este desejo de EXERCER PODER SOBRE O POVO, disseminou entre muitos homens de liderança nas igrejas, movidos pelo instinto carnal de DOMÍNIO, pela soberba e pela torpe ganância de posição e riquezas. Especialmente entre os pastores das grandes igrejas, nos grandes centros, com congregações numerosas, tornava-se uma tentação estabelecer uma ostentação de poder sobre o rebanho e outros pastores de rebanhos menores. Eis o porque de estabelecer-se o "centro da igreja" e o "trono do Papa", como o maioral e chefe máximo do Catolicismo em Roma. Sendo ela a capital e maior centro urbano de sua época, Roma permitia a que seus pastores nutrissem uma imagem de mais poderosos e importantes que os demais. É claro que, com o apoio de Constantino (no começo do séc. IV) definitivamente o Bispo de Roma conquistou esta supremacia. Não fora o Nicolaísmo, não existiria o erro de uma IGREJA UNIVERSAL, com sede em algum lugar. Nem mesmo a primeira Igreja, formada por Jesus pessoalmente, em Jerusalém, tinha autoridade sobre as demais. Veja em Atos 15, a postura da Igreja de Jerusalém com relação a Antioquia, como mãe que exorta a seu filho INDEPENDENTE num momento de necessidade, mas não considera justo lhe impor nada.
Os efésios não vacilaram em questões doutrinais, porquanto permaneceram fiéis aos ensinamentos da Palavra de Deus. Ainda que Jesus tenha censurado os membros da igreja de Éfeso, pastoralmente os enaltece, elogiando-os por sua fidelidade à sua Palavra. Fizeram oposição aos falsos apóstolos e despacharam esses homens perversos de seu meio (v. 2). Agora Jesus insere que os crentes efésios odiavam as obras dos nicolaítas, e acrescenta que ele odeia igualmente essas obras. Note que o ódio é direcionado para as obras, não para pessoas. Jesus odeia o pecado, porém estende seu amor para o pecador. Enquanto o pecado é uma afronta à sua santidade, a missão de Jesus é conduzir os pecadores ao arrependimento (Lc 5.32).

Quem eram os nicolaítas? Três opiniões sobre esta pergunta se restringem ao campo das conjeturas, porquanto no Apocalipse os detalhes são escassos. Primeiro, na igreja primitiva Irineu ensinava que os nicolaítas eram seguidores de Nicolau, um convertido ao judaísmo que fora designado diácono (At 6.5).1 Em segundo lugar, outros vêem tais pessoas como sendo gnósticas, seita que procurava infiltrar-se nas igrejas.2 Por último, com base na exegese, ainda outros asseguram que os nicolaítas eram pessoas que seguiam os ensinamentos dos falsos apóstolos e de Balaão. Esse pressuposto desfruta de mérito, pois em estilo tipicamente hebraico João escreve na forma de paralelismo para realçar um ponto. Os falsos apóstolos buscavam escravizar a mente das pessoas com suas doutrinas enganosas; os seguidores de Balaão tentavam conquistar pessoas através da fraude; e o nome grego, Nikolaos, significa “ele conquista pessoas”. À guisa de comparação com o que se diz sobre os seguidores de Balaão (2.14) e de Nicolau (2.6, 15), presumimos que esses enganadores pertenciam ao mesmo grupo. Não obstante, admito que não há certeza sobre este ponto. Em vista da ausência de informação nas cartas às igrejas de Éfeso e de Pérgamo, só podemos conjeturar que o estilo de vida dos nicolaítas se caracterizava pela imoralidade, pela participação em comer alimento oferecido aos ídolos e pela perversão da verdade (2.14-16).

Os cristãos de Pérgamo e de Tiatira se digladiavam com as mesmas doutrinas e estilo de vida fraudulentos (2.14-16, 20-24). Não obstante, nessas igrejas muitos sucumbiram ante as fascinações dos intrusos e, subseqüentemente, receberam palavras de repreensão por seu fracasso em seguir Jesus.

OS CUIDADOS:
Sendo assim, nosso papel como Ministros de Deus, seja Missionário, Evangelista, Professor (mestre), Pregador, Diácono ou Pastor, é o de SERVIR e não permitir que a síndrome de Lúcifer se aposse de nós, fazendo com que presumamos de nós, mais do que realmente somos. Liderança é necessária para que haja organização, ordem, decência e, principalmente edificação, seja na Igreja ou em encontros de várias igrejas, jovens, e mesmo de pastores e obreiros. Mas nunca deve haver o pensamento de buscar o primado ou a superioridade entre os demais ( Lucas 22.26). Isto estraga a comunhão, prejudica o aprendizado e a edificação dos participantes. Não sejamos como Diótrefes, um exemplo bíblico de nicolaíta que, buscando o primado, tantos males causou (III João 9-10).

OS NICOLAÍTAS MODERNOS


A apostasia está chegando a galope e estou cada vez mais assustado, pedindo que Deus nos livre de cair nesse engodo que tem penetrado na Igreja, onde 90% dos pastores já deixaram de pregar realmente a Palavra santa, pela qual todos nós seremos julgados (João 12:48). Todos eles estão sofrendo a influência de certos autores modernos, que em sua maioria se escondem sob uma capa da cultura bíblica, mas que, na realidade, são escravos da psicologia humanista, tendo como verdadeira religião o liberalismo predominante no mundo e, infelizmente, também na Igreja.

Os membros subalimentados na Palavra de Deus deixam suas denominações e voltam ao Catolicismo Romano, cuja organização sacerdotal jamais dormiu em serviço.

O que se vê agora na Igreja Evangélica é um governo nicolaíta predominando, um tipo de governo que Jesus detesta. Os pentecostais (e as denominações mais tradicionais) copiaram isso do Romanismo e a Igreja do Senhor engrenou na estrada da apostasia, voltando ao redil do papa, quando não publicamente, mas na maneira de agir e pregar suas doutrinas espúrias.

Vamos a explicação sobre o que seja exatamente um governo nicolaíta. Vamos dar uma explicação conforme o artigo “The Two Churches”, do site “Letusreason”, traduzido eletronicamente por programas especializados.

“Jesus disse à Igreja de Pérgamo: ‘Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios: Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem. Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio. Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca’. (Apocalipse 2:12-16).

Já vimos que o vocábulo nicolaíta é composto de duas palavras: ‘nicao’, que significa ‘vencedor’ ou ‘conquistador’, e ‘laos’, que significa ‘laicato’, ou governo do povo. Portanto, nicolaíta é alguém que governa sobre o povo comum. Hoje em dia temos os nicolaítas (dentro da Igreja), aos quais se dá autoridade para governar as pessoas. Acontece, então, um sistema de duas classes, no qual a uma determinada pessoa do grupo é dada maior autoridade e preeminência sobre os crentes. Os nicolaítas governam os crentes de maneira não bíblica, alguns crentes sujeitando-se de má vontade, e outros, voluntariamente. Assim como os católicos têm o seu sacerdócio, agora, os carismáticos têm os seus profetas e apóstolos. Os membros das igrejas carismáticas vivem buscando receber a unção do Espírito Santo e as revelações do seu pregador ‘ungido’. Esses nicolaítas ensinam que precisamos chegar até eles, a fim de recebermos bênçãos. Os nicolaítas originais constituíam uma seita gnóstica. Esta fonte é indicativa do que está hoje acontecendo no Cristianismo”... E do que sempre aconteceu no Catolicismo Romano.


Em Cristo.