segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Entre a Fé e a Razão



Caros irmãos em Cristo Jesus, A Paz do Senhor.
O capitulo 22 do livro de Gênesis, nos revela uma das mais conhecidas histórias bíblicas.  Trata-se do sacrifício de Isaque por seu pai Abraão, atendendo uma ordem de Deus.

No entanto, o que poderíamos escrever de novo para essa história? O que Deus poderia acrescentar nesse já tão conhecido contexto bíblico?
Você, caro leitor, pode pensar agora e dizer: Ah! Essa história eu já conheço, então não vou continuar mais lendo esse texto e vou esperar a próxima postagem do blog.

Aguarde, leia até o final e Deus poderá surpreender-te.
Muito bem, todos nós sabemos que esse trecho bíblico mostra Deus chamando Abraão e determinando que ele pegue seu único filho e leve-o até uma montanha e lá sacrifique Isaque para adoração ao próprio Deus. Após essa experiência o próprio Abraão ficou conhecido como o pai da fé, pois ele acreditou fielmente na providência divina.
No entanto, vamos trabalhar essa passagem bíblica na visão de Isaque e não na de Abraão, como de costume.

Vejamos o trecho bíblico de Gênesis 22.1-13:
“Algum tempo depois Deus pôs Abraão à prova. Deus o chamou pelo nome, e ele respondeu: — Estou aqui. Então Deus disse: — Pegue agora Isaque, o seu filho, o seu único filho, a quem você tanto ama, e vá até a terra de Moriá. Ali, na montanha que eu lhe mostrar, queime o seu filho como sacrifício. No dia seguinte Abraão se levantou de madrugada, arreou o seu jumento, cortou lenha para o sacrifício e saiu para o lugar que Deus havia indicado. Isaque e dois empregados foram junto com ele. No terceiro dia, Abraão viu o lugar, de longe. Então disse aos empregados: — Fiquem aqui com o jumento. Eu e o menino vamos ali adiante para adorar a Deus. Daqui a pouco nós voltamos. Abraão pegou a lenha para o sacrifício e pôs nos ombros de Isaque. Pegou uma faca e fogo, e os dois foram andando juntos. Daí a pouco o menino disse: — Pai! Abraão respondeu: — Que foi, meu filho? Isaque perguntou: — Nós temos a lenha e o fogo, mas onde está o carneirinho para o sacrifício? Abraão respondeu: — Deus dará o que for preciso; ele vai arranjar um carneirinho para o sacrifício, meu filho. E continuaram a caminhar juntos. Quando chegaram ao lugar que Deus havia indicado, Abraão fez um altar e arrumou a lenha em cima dele. Depois amarrou Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha. Em seguida pegou a faca para matá-lo. Mas nesse instante, lá do céu, o Anjo do Senhor o chamou, dizendo: — Abraão! Abraão! — Estou aqui — respondeu ele. O Anjo disse: — Não machuque o menino e não lhe faça nenhum mal. Agora sei que você teme a Deus, pois não me negou o seu filho, o seu único filho. Abraão olhou em volta e viu um carneiro preso pelos chifres, no meio de uma moita. Abraão foi, pegou o carneiro e o ofereceu como sacrifício em lugar do seu filho.”  

Vários aspectos poderemos retirar desse trecho da Palavra de Deus:
1)      Intimidade  de Abraão com Deus: Queridos leitores, como podemos ver, Deus lá do Céu (v.15) chama Abraão pelo nome e dá uma ordem. Quantos de nós temos o prazer de receber de Deus esse chamado? Mesmo que seja para fazer prova de nossa fé, é uma experiência única de vida. Esse chamado de Deus,nos revela a alta intimidade que Abraão tinha com nosso Deus e Pai. Essa intimidade, fazia com que o patriarca conhecesse a Voz do Mestre. Como veremos adiante, o velho Abraão logo se levantou e foi obedecer a ordem de Deus. Aqui caros leitores, mostra que a ovelha tem que conhecer a voz do seu pastor e não se embaraçar com vozes estranhas e contrárias à voz de Deus.

2)      Obediência plena: No versículo 3, vemos que logo pela madrugada, Abraão preparou seu jumentinho*, cortou a lenha, pegou Isaque e dois empregados e partiram de imediato para o lugar onde Deus iria determinar. Irmãos, o verdadeiro homem de Deus deve obedecer à ordem de Deus da mesma forma que Abraão fez, imediatamente. Sabemos que nesses últimos dias, o Diabo tem se levantado de forma violenta tentando destruir a todos que de alguma forma tem um chamado específico de Deus para realizar a Sua Obra e que certamente, pela vontade e capacitação Dele, os frutos serão em maior quantidade e qualidade. Portanto, a obediência às ordens de Deus devem ser instantânea. Garanto a todos os leitores que, quando Deus ordena, por mais difícil que seja aos nossos olhos, Ele sempre providenciará a saída.

3)      A Visão do Homem de Deus: O versículo 4 nos mostra Abraão, logo ao terceiro dia*, avistando o local que Deus ordenara que fosse feito o sacrifício. Como já vimos no tópico 1, Abraão era um homem que tinha plena comunhão com Deus e, essa comunhão produzia uma profunda intimidade com o Pai. Essa intimidade dava ao velho patriarca, além do poder de reconhecimento da voz do pastor, dava o poder de visão da obra e da vontade de Deus. Sabemos que nos dias atuais, essa capacidade de visualizar e principalmente aceitar a vontade do Pai tem sido perdida. No entanto, essa característica deve estar presente em todos os obreiros de Deus. E nessa reta final da caminhada terrena, essa capacidade deve ser buscada incessantemente por todos.

4)      Subida ao monte: Queridos leitores, aqui começa nossa análise de todo esse contexto sob a visão do jovem Isaque. Vemos nos versículos 5, 6, 7 e 8 desse trecho, toda a discrição dos últimos preparativos para o sacrifício de Isaque. Inicialmente Abraão ordena aos seus empregados que fiquem ao pé da montanha. Numa visão humana, diríamos que o velho pai não queria nenhuma testemunha de que em breve ele mataria seu próprio filho. No entanto, eles estavam prestes a subir a montanha. E “subir” aos montes remonta um contexto de entrar na presença de Deus e adorá-Lo, ou seja, é um momento único para os que tem uma chamada específica. Lembremos de quando o próprio Jesus foi entrar na presença de Deus no monte, ele não levou a todos os discípulos. Portanto, ir ao monte não ficou pra todo crente. Muito bem, Abraão pega uma faca, o fogo e põe a lenha nos ombros de Isaque. Na caminhada rumo ao topo do monte, Isaque desconfia que algo estava errado e questiona a seu pai onde estava o cordeiro para o sacrifício.

Irmãos, quando Abraão ouviu Isaque perguntar: E o Cordeiro onde está? Seu coração certamente sangrou de dor. Uma dor inimaginável rasga seu peito e sua alma. Da mesma forma o filho quando ouviu o pai lhe responder: Deus irá prover! Seu coração temeu e lado a lado em silêncio os dois choraram, ao verem chegando o lugar da decisão. Porém, para não preocupar ao jovem diz que Deus iria providenciar o animal para o sacrifício. Posso imaginar que aquela caminhada foi a mais difícil e a mais demorada para ambos.

5)      O Grande Momento: Ao chegarem no local indicado por Deus, creio que eles procuraram o cordeiro que Deus poderia ter enviado para o sacrifício. Não o encontrando, Abraão prepara o altar e coloca a lenha sobre ele. Irmãos tentemos visualizar, pela fé, como estaria o jovem Isaque naquele momento. Sem ver o cordeiro, contemplava seu pai preparar um altar para sacrifício. Acredito que naquele instante, como diríamos nós nordestinos, “a ficha caiu” e ele entende que o sacrifício para Deus seria ele mesmo. Enquanto o pai preparava o altar, estava chegando a hora de sua morte.

Ao terminar o altar, o velho Abraão amarra seu único filho e o coloca sobre o altar. Na hora de executar o golpe fatal contra seu próprio filho, o Anjo gritando do Céu, diz: “Não machuque o menino e não lhe faça nenhum mal. Agora sei que você teme a Deus”. Abraão olha e encontra um cordeiro que logo é sacrificado no lugar de Isaque.

Queridos, dessa tão conhecida história podemos concluir que:
·         Deus só prova a quem ele tem um plano específico e por mais que ele falhe e chegue a cometer alguma coisa indevida, Deus na hora certa providencia o escape;
·         A intimidade com o Pai pode ser buscada por todos, no entanto, nem todos poderão ter essa intimidade profunda. Somente alguns poucos escolhidos pelo próprio Deus, terão esse desafio de ser íntimo de Deus;
·         Os desafios e barreiras veem para a vida do crente, com a permissão de Deus, para o desenvolvimento dos crentes. Mesmo caindo ou escorregando, crescemos espiritualmente quando passamos por essas situações;
·         Abraão e Isaque tipificam o próprio Deus e Jesus. Na primeira dupla, o pai quase entrega seu único filho para o sacrifício. No entanto, a Bíblia não deixa claro qual o motivo desse sacrifício. O próprio Abraão quando fala aos seus empregados, diz que vai com o menino adorar a Deus. Mesmo tendo sido uma ordem de Deus, Abraão iria cometer um homicídio e isso jamais seria permitido por Deus. Vemos que pelo temor a Deus,o velho patriarca iria entregar seu filho. No entanto, Isaque também era humano e possui seus pecados. E isso o desqualificava como sacrifício perfeito. Na hora certa, Deus coloca um cordeiro para ser sacrificado em seu lugar. No caso do sacrifício de Jesus, existia um motivo claro. Ele morreria pelo pecado de todos os homens para a salvação de todos. Vejamos que no caso de Isaque, também existiu um cordeiro para sua salvação.
·         Trazendo para nossa realidade, hoje toda a humanidade tem o seu cordeiro para a sua salvação. Isaque não morreu pelo aparecimento daquele cordeiro. Hoje a humanidade também não precisa morrer (espiritualmente) por que existe um outro cordeiro (esse sendo O cordeiro que tira o pecado do mundo), a saber Jesus Cristo. Ele morreu em nosso lugar. E para receber o direito de viver eternamente pelo Seu sacrifício, temos que está no topo do monte e entender que a Sua morte no madeiro, nos foi dado para nossa salvação eterna.

Amados, é necessário que tenhamos a convicção que somente Jesus fez o sacrifício perfeito para nos dar o direito de viver eternamente(espiritualmente).

 

Em Cristo.

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