Amós - A Justiça Social como
Parte da Adoração
TEXTO ÁUREO
"Porque vos digo que, se a vossa justiça
não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos
céus" (Mt 5.20).
VERDADE PRÁTICA
Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à
verdadeira adoração a Deus.
HINOS SUGERIDOS 124, 131, 143
LEITURA
DIÁRIA
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Segunda - Pv 14.34
A justiça
social exalta as nações
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S
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Terça - Pv 19.17
Quem ajuda o
pobre empresta a Deus
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T
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Quarta - Is 1.13-15
O sacrifício e
o estado espiritual do adorador
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Q
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Quinta - Rm 15.26,27
A
espiritualidade do trabalho social
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Q
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Sexta - 2 Co 9.8,9
Deus abençoa
quem socorre os pobres
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S
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Sábado - Tg 1.27
Socorrer os
necessitados é parte da adoração
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S
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Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23
INTERAÇÃO
O nome Amós
quer dizer "fardo" e Tecoa significa "soar o chifre do
carneiro". Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada
no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do sistema
político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de
enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era
alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser
nefasta a mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote,
"representante de Deus" dizendo sim para tudo o que o rei fazia.
Mas lá, o profeta "boieiro" dizia não! Era o Soberano dizendo
"não" para aquela espúria relação de poder.
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.
Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, vivemos num tempo de grandes injustiças sociais e corrupção
política. Pessoas sem temor de Deus e amor ao próximo buscam intensamente os
seus próprios interesses. Por isso, sugerimos que, ao introduzir os tópicos
II e III da lição, pergunte aos alunos o que eles pensam sobre esse quadro de
corrupção e injustiça social instalados em nossa sociedade. Em seguida, com o
auxílio do esquema abaixo explique os
termos "política" e "justiça social". Diga que, à luz da
mensagem de Amós, tais práticas fazem parte da adoração a Deus.
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POLÍTICA
E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
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POLÍTICA
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JUSTIÇA
SOCIAL
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Queremos dizer
sobre política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as
relações humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões
políticas tomadas por representantes dela (Am
7.10-14).
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Queremos dizer
sobre política “o conjunto de práJustiça social é o conjunto de ações
sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade
e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego, etc (Am 8.4-8).
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INTRODUÇÃO
O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.
I.O LIVRO DE AMÓS
1. Contexto histórico. Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10). Foi, de acordo com a tradição judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio.
2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um camponês de Judá, "boieiro e cultivador de sicômoros" (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16).
Todo o sistema político, religioso, social e jurídico do Reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6). No cardápio da iniquidade, estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O livro do profeta Amós
pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela palavra
(1-6) e pelas visões (7-9).
II.POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7).
2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que, em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias e Sofonias.
3. O pecado. A expressão: "Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo" (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O senso de justiça cristã expressa o
pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, é parte do grande mandamento
de Jesus Cristo.
1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a indiferença dos mais abastados no trato aos carentes do povo, que veem seus direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6).
2. Decadência moral. A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual da nação: "Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome" (2.7 - ARA). O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão "qualquer altar" (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
As injustiças sociais no livro de Amós são
representadas pelas decadências social, moral e religiosa.
1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a ira dos deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios. Expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: "ofertas de manjares" e "ofertas pacíficas" (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21).
3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual. Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.
SINÓPSE DO TÓPICO
(4)
A verdadeira adoração não consiste em rituais
externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração
contrito
A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico
"O Quarteto do Período Áureo da Profecia
Hebraica
O profeta Amós exerceu o seu ministério 'nos dias
de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei Israel' (1.1). Isso mostra que ele viveu na mesma
época de Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa, na Judeia, mas Deus o enviou para
profetizar em Samaria, no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas
começou suas atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é
mencionado: 'nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá' (1.1).
Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram
contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C.
[...] Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram
seu ministério no reino do Norte, em Samaria" (SOARES, Esequias. O Ministério
Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p.116).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"DEUS E AS NAÇÕES
[...] Amós e Miqueias têm muito mais a dizer sobre
a relação das nações com Israel e o seu Deus. Desde o início, ambos os livros
deixam claro que a soberania do Senhor não está limitada a Israel, mas se
estende a todas as nações. Amós começa com uma série de falas de julgamento
contra as nações vizinhas de Israel (Am
1.3-2.3). Miqueias inicia com um retrato vívido da descida
teofânica do Senhor para julgar as nações (Mq
1.2-4). Para estes profetas, o Deus de Israel é 'Senhor de toda a
terra' (cf. Mq 4.13), que controla
a história e o destino das nações (Am 9.7).
De acordo com Amós 9.12, as nações
'são chamadas' pelo 'nome' do Senhor. A expressão aponta a propriedade e
autoridade do Senhor sobre as nações como deixa claro o uso constante em
outros textos bíblicos (cf. 2 Sm 12.28;
Is 4.1).
A palavra usada nos oráculos de Amós 1 e 2
para caracterizar os pecados das nações diz respeito ao ato de rebelião
contra a autoridade soberana. Em outros textos bíblicos, o termo é usado para
referir-se a uma nação que se rebela contra a autoridade de outra (cf. 2 Reis 1.1; 2
Reis 3.5,7). Judá (Am 2.4,5)
e Israel (Am 2.6-16) quebraram o
concerto mosaico. Entretanto, por qual arranjo as nações estrangeiras eram
responsáveis diante de Deus? Entre os crimes alistados incluem-se atrocidades
em tempo de guerra, tráfico de escravos, quebra de tratados e profanação de
túmulos. Todos estes considerados juntos, pelo menos em princípio, são
violações do mandato de Deus dado para Noé ser frutífero, multiplicar-se e
mostrar respeito pelos membros da raça humana como portadores da imagem
divina (cf. Gn 9.1-7). É possível
que Amós tivesse visto este mandamento noético no plano de fundo de um
tratado entre suserano e vassalo, comparando o mandato às exigências ou
estipulações de tratado. De modo semelhante, Isaías interpretou o crime de
carnificina cometido pelas nações (Is 26.21)
como violação da 'aliança eterna' (Is 24.5;
cf. Gn 9.16) que ocasionaria uma
maldição na terra inteira (cf. Is 24.6-13).
A seca, um tema comum nas bíblicas e antigas listas de maldição mundial (cf. Is 24.4,7-9).
No título da sua série de oráculos de julgamento, Amós também disse que o
julgamento do Senhor ocasionaria seca (Am 1.2).
Pelo visto, a seca compendiava as maldições que vinham sobre as nações por
rebelião contra o Suserano" (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009, p.446).
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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOARES, Esequias. O
Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia
do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador
Cristão
CPAD, nº 52, p.38.
EXERCÍCIOS
1. Qual o discurso do livro de Amós?
R. Um ataque
direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os
fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.
2. Qual a
nossa responsabilidade pessoal?
R. É nossa
responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa.
3. O que
significa a expressão "por três transgressões de Israel e por quatro,
não retirarei o castigo"?
R. Significa
que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.
4. Quais as três decadências nos dias de Amós?
R. Social,
moral e religiosa
5. Qual o verdadeiro sacrifício para Deus?
R. É o
espírito quebrantado e o coração contrito
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