segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Lição 5 - OBADIAS - O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO





Lição 5
4 de Novembro de 2012
 

Obadias - O Princípio da Retribuição
 

TEXTO ÁUREO

 
"Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça" (Ob 1.15).

 
VERDADE PRÁTICA

 
Obadias mostra que a lei da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém escapará.


HINOS SUGERIDOS 106, 227, 262
 

LEITURA DIÁRIA
 
 
Segunda - Gn 25.22,23
A inimizade desde a gestação
S
Terça - Sl 137.7
O clamor pela punição de Edom
T
Quarta - Os 8.7
Quem semeia vento colhe tempestade
Q
Quinta - Na 1.3
Deus não terá o culpado por inocente
Q
Sexta - Gl 6.7
A lei da semeadura e o princípio da retribuição
S
Sábado - Hb 2.2
A desobediência receberá justa retribuição
S

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 
Obadias 1.1-4,15-18

 

INTERAÇÃO
 
 
Soberania de Deus e livre-arbítrio são temas que geram conflitos e levam muitos a tomadas de posições extremadas. Por conceder o livre-arbítrio ao homem, Deus deixa de ser soberano? De maneira nenhuma! Isso só denota o seu poder em criar uma pessoa que, sendo imagem e semelhança de Deus, decide seguir ou não o caminho da justiça. Mas é bem verdade que, nalgumas circunstâncias, o Eterno intervém sem respeitar o arbítrio humano (Ml 1.2,3 cf. Rm 9.14-16). Há contradição nisso? De forma alguma! O homem continua livre em seu arbítrio e Deus eternamente soberano. Nas Sagradas Escrituras, o livre arbítrio e soberania divina são essencialmente dialogais.

 
OBJETIVOS

 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conceituar soberania divina e livre arbítrio.

Elencar os elementos contextuais do livro de Obadias.

Saber o princípio da retribuição divina.

 

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
 
 
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro de giz. Utilize-o na introdução da aula. Explique que o livro de Obadias é constituído apenas de um capítulo (1) e vinte e um versículos (21). Podemos dividi-lo em duas partes principais. A primeira parte fala respeito dos oráculos contra Edom; e a segunda dos oráculos sobre o Dia do Senhor. Explique que o propósito principal do livro é mostrar aos israelitas a ira divina contra os edomitas. Em seguida pergunte aos alunos: "Por que Deus estava irado com os edomitas?" Ouça os alunos com atenção e explique que o Senhor estava aborrecido pelo fato de eles terem se alegrado diante da dor e do sofrimento de Judá.


ESBOÇO DO LIVRO DE OBADIAS
Parte I:
Oráculos contra Edom (vv. 1-14.15b)
vv.1-9
Orgulho e destruição de Edom
vv. 10-14
Traição de Edom contra Judá
v. 15b
Condenação de Edom
Parte II:
Oráculos sobre o Dia do Senhor (vv. 15a. 16-21)
vv.15a., 16
Julgamento das nações
vv.17,18.
Volta e restauração de Israel
vv.19-21
Apêndice: Volta e restauração de Israel


COMENTÁRIO

 
INTRODUÇÃO
A soberania divina é um tema importante e atual, porque lembra-nos que Deus está no controle de tudo e que toda ação humana está exposta diante de seus olhos. A lei natural da semeadura ilustra o princípio da retribuição no campo espiritual, e é justamente essa a mensagem que encontramos no livro do profeta Obadias, em seus oráculos contra Edom.

I.  A SOBERANIA DE DEUS
1. Conceito. A soberania divina é o direito absoluto de Deus governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade (Sl 115.3; Is 46.10). Calvinistas e arminianos concordam com esse conceito. A diferença entre ambos acerca da soberania está apenas no exercício desta.

Segundo os calvinistas, não há limite para o exercício desse governo, de modo que a vontade divina não pode ser anulada. Os arminianos, por outro lado, admitem que, no exercício da soberania divina, existe uma autolimitação suficiente para permitir o livre-arbítrio humano.

2. Livre-arbítrio. A vontade de Deus é que todos sejam salvos (Ez 18.23,32; Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Entretanto, não são poucos os que se perderão. Tal acontece justamente pelo fato de sermos livres, autoconscientes e, por isso, responsáveis diante de Deus por nossos atos (Ec 12.13,14). Isso se explica pelo livre-arbítrio, e não significa negar a soberania divina. Trata-se da liberdade humana. Deus é soberano em todo o Universo e, por seu amor e poder, preserva sua criação até a consumação de todas as coisas (Ne 9.6; Hb 1.2,3).

 
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O livre-arbítrio não nega a soberania divina; pelo contrário, a confirma.
 
II. O LIVRO DE OBADIAS
1. Contexto histórico. A vida pessoal de Obadias é desconhecida. O profeta apresenta-se apenas com o seu nome, sem oferecer nenhuma informação adicional (família e reinado sob o qual viveu e profetizou). Ele simplesmente diz: "Visão de Obadias" (v.1).

A data em que exerceu o seu ministério é uma das mais disputadas entre os estudiosos: vai de 848 a 460 a.C. Tudo indica que os versículos 10 a 14 refiram-se à destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 587 a.C.  Portanto, qualquer data, nesse período, como 585 a.C. por exemplo, é aceitável.

2. Estrutura e mensagem. Com apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. Excetuando-se a introdução, o seu estilo é poético. O texto divide-se em três partes principais: a destruição de Edom (vv. 1-9); a sua maldade (vv. 10-14) e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações (vv. 15-21).

O tema do livro é o julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar a condenação dos filhos de Esaú (Is 21.11,12; Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; Am 1.11,12; Ml 1.2-5).

3. Posição no Cânon. Em nossa Bíblia, Obadias situa-se entre Amós e Jonas. O critério para a ordem desses livros é ainda desconhecido. Sabe-se, todavia, que não foi baseado na cronologia. Há quem justifique tal posição pelo slogan "o dia do SENHOR" (v.15; Am 5.20) e pela afirmação de que a casa de Jacó possuirá a herdade de Edom (v.17; cp. Am 9.12).

Devido ao Cânon Judaico considerar a coleção dos Doze Profetas um só livro, a citação de Obadias, em o Novo Testamento, é apenas indireta.
 

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.
 
III. EDOM, O PROFANO
1. Origem. Os edomitas eram descendentes de Esaú. Por causa do guisado que Jacó usou para comprar de Esaú a sua primogenitura, o nome da tribo passou a ser "Edom" que, em hebraico, significa "vermelho" (Gn 25.30).

Eles povoaram o monte Seir (Gn 33.16; 36.8,9,21) e, rapidamente, transformaram-se em uma poderosa nação (Gn 36.1-43; Êx 15.15; Nm 20.14). Seu rei negou passagem a Israel por seu território, quando os filhos de Jacó saíram do Egito e peregrinavam no deserto a caminho da Terra Prometida. Mesmo assim, Deus ordenou aos israelitas que tratassem os edomitas como a irmãos (Dt 23.7). Contudo, o ódio de Edom contra Israel cresceu e atravessou séculos.

2. O Deus soberano. "Assim diz o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom" (v.1). Esta chancela destaca a soberania de Deus sobre os povos e reis da terra. Apesar de Edom não ser reconhecido como povo de Deus, o Eterno tinha legítima autoridade sobre ele.

3. Preparativos do assédio a Edom (v.1c). A expressão: "temos ouvido a pregação" parece indicar que Obadias falava em nome de outros profetas (Jr 49.14). Ele ouviu o oráculo divino e soube de um embaixador que fora enviado aos povos vizinhos para ajuntá-los em guerra contra Edom. Tal embaixador não era profeta, mas um diplomata de alguma nação inimiga dos edomitas.

4. O rebaixamento de Edom. No Antigo Testamento hebraico, existe um recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como se já tivesse sido cumprido. Por isso, o profeta emprega o verbo no passado: "Eis que te fiz pequeno entre as nações" (v.2a).

Esse recurso é conhecido como perfeito profético (não se trata de um perfeito gramatical especial). Seu emprego, aqui, indica o cumprimento certeiro da ameaça quanto à sucessão dos dias e das noites. Ou seja, o fato é descrito como já realizado, pois Deus reduzirá (como de fato, reduziu) Edom a um povo insignificante e desprezível entre as nações, até que este veio a desaparecer (v.2b).

5. O orgulho leva à ruína. Por viverem nas cavernas montanhosas de Seir (v.3), os edomitas confiavam na segurança que lhes proporcionava a topografia de seu território - uma fortaleza naturalmente inexpugnável. Edom não sabia que aquilo que é inacessível ao homem é acessível a Deus (v.4). A arrogância humana é insuportável, mas a soberba espiritual é repugnante; os que assim agem estão destinados ao fracasso (Pv 16.18; 1 Pe 5.5).

 
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
A arrogância humana e a soberba espiritual levaram os edomitas à ruína
 
IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA
1. O princípio da retribuição. Retribuição significa "pagar na mesma moeda". Tal princípio acha-se na Lei de Moisés (Êx 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21). Segundo Charles L. Feinberg, a passagem compreendida entre os versículos 10 até 14 pode ser  chamada de o "boletim de ocorrência" dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus. O acerto de contas aproxima-se, e Deus fará com os edomitas o mesmo que eles fizeram a Judá. Nessa profecia, Edom serve de paradigma para outras nações (e até pessoas) que igualmente procedem (v.15).

2. O castigo de Edom. Os edomitas beberam e alegraram-se com a desgraça de seus irmãos. Mas, agora, chegou a hora de eles receberem a sua paga na mesma moeda. Os descendentes de Esaú provarão do cálice da ira divina para sempre (v.16). É bom lembrar que esse princípio vale também para indivíduos (Jz 1.6,7; Hb 2.2). É o princípio da semeadura (Os 8.7; Gl 6.7).

3. Esaú e Jacó (v.18). Os nomes "Sião" e "Jacó" (v.17) indicam Jerusalém e Judá, respectivamente. E "José", o Reino do Norte formado pelas dez tribos e, muitas vezes, identificado como "Israel" e "Efraim" (Os 7.1). José, como pai de Efraim (Gn 41.50-52), é usado para identificar os irmãos do Norte. Assim, a profecia fala sobre a reunificação de Judá e Israel (Os 1.1; Ez 37.19). A metáfora de Israel como fogo que consumirá a casa de Esaú indica a destruição total de Edom. O orgulho e o ódio dos edomitas contra os seus irmãos judeus os levaram à ruína definitiva.

 
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
O princípio da retribuição acha-se na lei de Moisés e se confirma no princípio da semeadura em o Novo Testamento.
 
CONCLUSÃO
Assim como ninguém pode desafiar as leis naturais sem as devidas consequências, não é possível ignorar as leis espirituais e sair ileso. A retribuição é inevitável, pois "tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7). Só o arrependimento e a fé em Jesus podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de Deus (2 Co 5.17).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
 
 
Subsídio Geográfico
"O Julgamento de Edom
A terra de Edom se estendia ao longo das encostas da cadeia de montanhas rochosas do monte Seir, em direção do golfo de Ágaba e chegava quase ao mar Morto. O território variava de regiões férteis, que produziam trigo, uvas, figo, romã e azeitona, a altos picos montanhosos separados por desfiladeiros profundos. A meio caminho na principal cadeia montanhosa, elevava-se o monte Hor, alto e sombrio acima do terreno circunvizinho e a curta distância da capital Sela ou Petra, que se situava em um profundo vale cercado por 60 metros de precipício, acessível somente por uma abertura estreita de uns 3,5 metros de largura.
Assim, os edomitas habitavam literalmente nas fendas das rochas (3), cuja a posição era praticamente impenetrável e inconquistável. Por muitas gerações tinham vivido seguros. Nenhum inimigo conseguira entrar pelos caminhos estreitos dos desfiladeiros que conduziam às principais cidades talhadas nas paredes rochosas das montanhas.
[A despeito de todos esses recursos] Os julgamentos de Deus tinham de ser severos. [...] A nação seria totalmente devastada. Os descendentes de Esaú, seriam reduzido a nada" (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 131-32).                                                                                  

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

 HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

MENZIES, William W; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

 

SAIBA MAIS

 
 

Revista Ensinador Cristão

CPAD, nº 52, p.38.

 

EXERCÍCIOS
 
 
1. O que é a soberania divina?
R. É o direito absoluto de Deus governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade.
 
2. Qual o tema do livro de Obadias?
R. O julgamento divino contra Edom.
 
3. Cite exemplos bíblicos de superação da viuvez.
R. Esaú.
 
4. O que significa o uso do "perfeito profético"?
R. Um recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como se já tivesse sido cumprido.
 
5. Como Charles L. Feinberg classifica os versículos 10 a 14 de Obadias?
R.  "Boletim de ocorrência" dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus.

 

Em Cristo. 

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