Oseias - A Fidelidade no Relacionamento com Deus
TEXTO ÁUREO
"Porque
estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos
apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo" (2 Co 11.2).
VERDADE PRÁTICA
O casamento de Oseias
ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus.
HINOS SUGERIDOS: 100, 254, 295
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Oseias 1.1, 2; 2.14-17, 19,
20
INTERAÇÃO
O casamento de
Oseias denota uma diversidade de sentimentos humanos que desabrocham numa
história trágica entre Deus e seu povo. Sim! Tristezas e frustrações fazem
parte da vida pessoal do profeta. Mas também é verdade que renovadas
esperanças estão implícitas na mensagem dramática desse profeta. Como marido,
ele esperava a reconciliação plena com sua esposa Gomer. Tal retrato reflete
o amor, a beleza e a intimidade que o verdadeiro casamento pode proporcionar.
No caso de Israel, o Altíssimo almeja que a nação deixe o caminho do
adultério espiritual e retorne ao amor inefável do esposo que, acima de tudo,
a ama.
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer a estrutura do livro de Oseias.
Compreender a linguagem simbólica usada no livro.
Conscientizar-se de que Deus está pronto a nos reconciliar e acolher.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Reproduza o
esquema da página abaixo. Utilize-o na introdução do primeiro tópico da
lição. O esquema facilitará a compreensão dos alunos a respeito da estrutura
do livro de Oseias. Explique que os assuntos principais do livro são: a
apostasia de Israel; o grande amor de Deus; o juízo divino e as promessas de
restauração. O objetivo do livro é mostrar quão grande e abenegado é o amor
de Deus por seu povo.
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ESBOÇO
DO LIVRO DE OSEIAS
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Esposa do profeta
Oseias
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(Os 1 - 3)
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O povo de Oseias
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(Os 4 - 14)
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Mensagem de julgamento
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(Os 4 - 10)
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I. O LIVRO DE OSEIAS
1. Contexto histórico. O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria. Ele profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte, durante os "dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel" (1.1). A soma desses anos deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5; 18.1,2, 9, 10, 13).
Esses dados fornecidos pelo profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753 a.C. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2 Rs 14.23-29).
2. Estrutura. A revelação foi entregue ao profeta pela palavra "dita a Oseias" (1.1a). A segunda declaração: "O princípio da palavra do Senhor por Oseias" (1.2a), reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a ordem para Oseias se casar com "uma mulher de prostituições" aconteceu no começo do seu ministério, como fica claro na ARA e na TB (1.2b).
O livro pode ser dividido em duas partes principais. A primeira é uma biografia profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1-3). A segunda parte é escrita em forma poética e se constitui de profecias proferidas durante um longo intervalo de tempo (4-14).
3. Mensagem. O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grande amor de Deus revelado, que compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11-14; 11.1-9; 14.4-9). Mesmo num contexto de decadência moral, o oráculo descreve o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8). Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos contemporâneos. Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das instituições sociais, políticas e religiosas das dez tribos do norte (5.1). Oseias é citado no Novo Testamento (1.10; 2.23 cp. Rm 9.25,26; 6.6 cp. Mt 9.13; 12.7; 11.1 cp. Mt 2.15).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O livro do profeta
Oseias é repleto de metáforas e símbolos.
Sua mensagem denuncia o pecado e a corrupção do povo.
1. Etimologia. Os termos "casamento" e "matrimônio" são equivalentes e ambos usados para traduzir o grego gamos, que indica também "bodas" (Jo 2.1,2) e "leito" conjugal (Hb 13.4). Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação legal, social, espiritual e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24; Mt 19.5,6). É no casamento que acontece o processo legítimo de procriação (Gn 1.27,28), gerando a oportunidade para a felicidade humana e o companheirismo.
2. Simbolismo. A intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o Antigo Testamento.
3. A ordem divina para o casamento de Oseias. Considerando a santidade do casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem divina parece contradizer tudo o que as Escrituras falam sobre o matrimônio. Temos dificuldade em aceitá-la, mas qualquer interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando Jeová deu a ordem, acrescentou: "porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR" (1.2b). Isso era literal. A infidelidade a Deus é em si mesma um adultério espiritual (Jr 3.1,2; Tg 4.4), ainda mais quando se trata do culto a Baal, que envolvia a chamada prostituição sagrada (4.13,14; Jz 8.33).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O matrimônio de Oseias com Gômer simboliza a infidelidade do povo em
relação a Deus.
1. O casamento restaurado. O amor é o tema central de Oseias. Com ele, Israel será atraído por Jeová (11.4; Jr 31.3). O deserto foi o lugar do julgamento (2.3) e nele Israel achou graça, tal qual a noiva perante o noivo (Êx 5.1; Jr 2.2). A expressão "e lhe falarei ao coração" (2.14) é a linguagem de um esposo falando amorosamente à esposa (4.13,14; Gn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraídos e alvejados pelo amor de Deus (Rm 5.6-8).
2. O vale de Acor e a porta de esperança. Há aqui uma menção do monumento erguido no vale de Acor, onde Acã pagou pelos seus crimes e foi executado com toda a sua casa (Js 7.2-26). A promessa é que esse vale não será mais lembrado como lugar de castigo. Será transformado em lugar de restauração (Is 65.10), cujas vinhas serão dadas "por porta de esperança" (2.15).
3. A reconciliação. A sentença de divórcio (2.2) será anulada: "desposar-te-ei comigo para sempre" (2.19). O baalismo generalizado (2.13) virá a ser transformado em conversão nacional e genuína. Todo o povo servirá a Jeová em fidelidade, e cada um voltará a ter conhecimento do Deus verdadeiro (2.20).
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
A linguagem da reconciliação no livro de
Oseias é apresentada através do amor, tema principal do oráculo divino neste
livro.
IV. O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL
1. Meu marido, e não meu Baal. A fórmula "naquele dia" (2.6, 18, 21) é escatológica (Jl 3.18). As expressões "meu marido" e "meu Baal", em hebraico ishi e baali, são um jogo de palavras muito significativo.
a) Significados. A palavra ish significa "homem, marido" (Gn 2.24; 3.6); e baal, ou baalim, no plural, quer dizer "dono, marido" (Êx 21.29; 2 Sm 11.26). O termo também é aplicado metaforicamente a Deus, como marido: "Porque o teu Criador é o teu marido" (Is 54.5). A palavra "baal", como "dono, proprietário", aparece 84 vezes no Antigo Testamento, sendo 15 delas como esposo de uma mulher, portanto "marido".
b) Divindade dos cananeus. Como nome da divindade nacional dos fenícios com a qual Israel e Judá estavam envolvidos naquela época, aparece 58 vezes, sendo 18 delas no plural. Essa palavra se corrompeu por causa da idolatria e por isso Jeová não será mais chamado de "meu Baal", mas de "meu marido" (2.16).
2. O fim do baalismo. Os ídolos desaparecerão da terra (Jr 10.11). Isso inclui os baalins, cuja memória será execrada para sempre, uma vez que a palavra profética anuncia o fim definitivo do baalismo: "os seus nomes não virão mais em memória" (2.17). Apesar de a promessa divina ser escatológica, esses deuses são hoje repulsa nacional em Israel.
SINÓPSE DO TÓPICO
(4)
O baalismo foi definitivamente extinguido em
Israel. Isso pode ser confirmado até hoje.
CONCLUSÃO
O emprego das coisas do dia a dia como ilustração facilita a compreensão da mensagem divina, e a Bíblia está repleta desses recursos literários. O casamento é o símbolo perfeito para compreendermos o relacionamento de Deus com o seu povo, e do Senhor Jesus Cristo com o cristão.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Bibliológico
"Livro de Oseias
[...] Quando Oseias iniciou seu ministério, Israel
estava desfrutando o zênite da sua prosperidade e poder sob o reinado de
Jeroboão II. Para entender melhor o livro de Oseias, leia 2 Reis 14.23 a 15.31.
Oseias distinguia as dez tribos pelo nome de Israel, ou de Samaria,
sua capital, ou de Efraim, a tribo principal. Oseias não morreu antes de ver
o cumprimento de suas profecias. // O autor: Oseias, 1.1 // A chave: Adultério espiritual,
4.12. A idolatria com toda espécie
de vício, permeava todas as classes sociais. Oseias por mais ou menos 60 anos
condenava do modo mais veemente o procedimento do povo, qualificando-o de
adultério. Continuava seus avisos sem resultados, o que é um tocante exemplo
de perseverança no meio dos maiores desânimos. // As divisões: I.
Israel, a esposa infiel de Deus, caps. 1 a 3.
II. Israel pecaminoso, 4.1. a 13.8
// III. Israel restaurado, 13.9 a 14.9."
(BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2008, p.394).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"Diante de tudo que temos estudado podemos
compreender que o homem tem sido ingrato e rebelde e mesmo assim Deus
trabalha para a redenção humana. Primeiro levantou um povo na antiguidade
para a glória de seu nome: Israel. Esse povo fracassou, mas ainda será
restaurado. Quando Israel fracassou, rejeitando o seu Messias, Deus levantou
outro povo, a Igreja.
É comum encontrar no livro do profeta Oseias as
promessas de bênçãos após as advertências de juízos. Isso revela o grande
amor de Deus por seu povo e isso é confirmado no Novo Testamento pela
expressão: 'Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si
mesmo' (2 Tm 2.13).
Depois de anunciar o fim da casa de Israel, 'farei
cessar o reino da casa de Israel' (1.4),
e de afirmar que Israel não é mais seu povo, 'porque vós não sois meu povo,
nem eu serei vosso Deus' (1.9),
logo em seguida afirma que os filhos de Israel são povo de Deus e também
chama de filhos de Deus. Não há nisso contradição alguma, pois essa promessa
é escatológica, vem depois dos juízos anunciados nesse capítulo, em outros
lugares do livro de Oseias.
Vemos que no Velho Testamento Jeová se utilizou da
experiência de seu povo para se revelar a si mesmo de maneira progressiva,
culminando com a manifestação de sua plenitude na Pessoa de seu Filho Jesus
Cristo (Cl 2.9). Agora, em Oseias,
começa-se a vislumbrar o amor de Jeová pelo seu povo e por toda a humanidade,
amor manifestado no calvário (Jo 3.16)"
(SOARES, Esequias. Oseias: A restauração dos filhos de Deus.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.53).
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VOCABULÁRIO
Corregente: Pessoa que governa com
outra.
ARA: Versão Almeida Revista
e Atualizada.
TB: Versão da Tradução
Brasileira.
Metáfora: Consiste na
transferência da palavra para outro âmbito semântico; fundamenta-se numa
relação de semelhança entre o sentido próprio e o figurado.
Execrada: Abominável.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
SOARES, Esequias.
Oseias: A restauração dos filhos de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 52, p.37.
EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do
livro de Oseias?
R. O assunto
do livro é a apostasia de Israel e o grande amor de Deus revelado
2. O que faz
do casamento um símbolo do relacionamento entre Cristo e a Igreja?
R. A
intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade.
3. Que
linguagem a expressão "e lhe falarei ao coração" lembra?
R. A linguagem
de um esposo falando amorosamente à esposa.
4. Que palavra se corrompeu por causa da
idolatria?
R. A Palavra
"baal".
5.. O que os deuses são hoje em Israel?
R. Uma repulsa
nacional.
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